Pesquisadores da Universidade de Western Ontário, no Canadá, descobriram o gatilho para a esquizofrenia e um possível tratamento, pois, assim como o desenvolvimento de outras doenças psiquiátricas, frequentemente é associada ao uso de maconha durante a adolescência. No entanto, não havia maiores respostas científicas sobre a associação.
“O que é importante sobre este estudo é que não apenas identificamos o mecanismo específico no córtex pré-frontal de alguns dos riscos de saúde mental associados com o uso da maconha na adolescência, mas também identificamos um mecanismo para reverter esses riscos”, afirmou Steven Laviolette, professor na faculdade de Medicina da Western e coautor do estudo. Segundo o jornal O Globo, os resultados mostraram que a exposição ao THC (Tetraidrocanabinol) modula a atividade do neurotransmissor conhecido como GABA (Ácido gama-aminobutírico) na região do córtex pré-frontal do cérebro.
“O GABA é um neurotransmissor inibidor e desempenha papel crucial na regulação da atividade excitatória no córtex pré-frontal, então, se você tem menos GABA, o seu sistema neuronal se torna hiperativo, levando a mudanças de comportamento consistentes com a esquizofrenia”, explicou a pesquisadora Justine Renard. Quando há exposição ao THC durante a adolescência, os neurônios na vida adulta se tornem hiperativos e não atuem em sincronia.
Esse estado no sistema dopaminérgico é geralmente associado à esquizofrenia. Durante a pesquisa, foram usados medicamentos para ativar o neurotransmissor em ratos com esquizofrenia, o que foi capaz de reverter os sintomas. “Isso significa que se você for usar a maconha, de forma recreativa ou medicinal, você pode combiná-la com compostos que impulsionem o GABA para bloquear os efeitos negativos do THC”, pontuou Laviolette.
Fonte: Jornal O Globo
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Redação Saúde no Ar