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Reforço Escolar: apenas 39% dos estudantes conseguem ter acesso

Pesquisa realizada através do Instituto Datafolha com pais e responsáveis por estudantes de escolas públicas brasileiras revela que 94% das unidades de ensino oferecem algum tipo de ação para enfrentar os desafios resultantes da pandemia de covid-19.

Contudo, apenas 39% dos alunos têm possibilidade de participar de aulas de reforço e 40% recebem apoio psicológico. O estudo Educação na Perspectiva dos Estudantes e Suas Famílias foi feito a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ouviu, em maio, 1.308 pais ou responsáveis por 1.869 estudantes.

De acordo com 74% dos pais ou responsáveis, ações de apoio psicológico contribuem muito para os alunos, enquanto 70% destacam a importância do reforço escolar. “Há desigualdade na oferta do reforço, seja em termos de mais oferta para escolas públicas com maior nível socioeconômico. Quando comparados com escolas com menor nível socioeconômico, mas também quando a gente olha e compara regiões do Brasil”. Disse a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patrícia Mota Guedes.

Dessa forma, as regiões do Brasil, revela em números a diferença e dificuldade de garantir o aprendizado dos estudantes. Segundo a pesquisa, no sul do país, o percentual de estudantes de escolas com aula de reforço é de 53% e, no Nordeste, cai para 28%. Essa diferença também se expressa entre os matriculados em escolas públicas com maior nível socioeconômico (43%) e os que estudam em escolas com menor nível socioeconômico (33%).

Além disso, os dados reunidos revela que 21% dos estudantes podem desistir da escola. No ensino médio, o percentual sobe para 28%. A perda pelo interesse pelos estudos é o principal motivo, citada por 32% dos entrevistados.

A pesquisa traz reflexões a respeito de cada um dos ciclos de aprendizagem. Desde 2022, apenas 6% dos estudantes em fase de alfabetização fizeram a maior parte das atividades escolares de forma presencial. Para 37%, as aulas ocorrem com atividades impressas e pela internet, e para 34%, foram apenas atividades impressas. Para metade dos responsáveis, o ensino remoto prejudicou muito o aprendizado.

Entre os demais ciclos de ensino, nos anos finais do ensino fundamental, foi relatada a dificuldade de 47% dos estudantes em ter vários professores, característica dessa fase escolar. Para o grupo, 16% dos estudantes nessa etapa tiveram dificuldades em termos de comportamento após o período de retomada presencial da escola.

No ensino médio, a pandemia soma-se à realidade da implementação no novo ensino médio a partir de 2022. Cerca de 58% dos responsáveis disseram ter ouvido falar das mudanças no currículo. Entre os mais escolarizados e com maior renda familiar mensal, o percentual de conhecimento é maior que a média, com 81% e 79%, respectivamente.

 

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