Para os pais, há a impressão de que a criança está aceitando menos e de que ela não quer mais comer como antes. A ansiedade dos familiares para ver a criança comer, ocasionalmente, leva a substituição dos alimentos saudáveis por aqueles de baixo valor nutritivo, os quais normalmente fazem parte das preferências alimentares das crianças. Muitas vezes isso ocorre também como um mecanismo compensatório por sua ausência, no decorrer do dia, em virtude da longa jornada de trabalho.
A relação que a criança estabelece com a alimentação é fruto das primeiras relações que ela criou com a família e com o seu ambiente. As dificuldades alimentares, frequentemente, podem estar relacionadas com emoções e sentimentos negativos da criança em relação à comida, como situações em que o consumo foi imposto. Em outros casos, devido a uma sensibilidade tátil que a impede de aceitar certas características físicas dos alimentos. Podendo-se identificar preferências por determinadas consistências, sabores ou texturas. Já parou para analisar se seu filho tem preferência por alimentos mais secos que a base de molhos, ou por mais macios que aqueles mais crocantes?
À medida que a criança cresce, ela socializa e começa também a explorar o espaço que a cerca e a sua autonomia. Outras atividades ocupam o seu tempo e a alimentação é uma em um leque de opções. Sua curiosidade em vivenciar novas experiências começa a ter destaque em detrimento de outras já habituais. Nesses casos, para ajudar a criança a se organizar diante de tantas novidades, os pais precisam instituir uma rotina, imprescindível nesse momento. Assim, a criança saberá o momento de realizar cada uma das atividades sem qualquer prejuízo.
No entanto, muitos pais utilizam de eletrônicos durante todo o tempo em que é oferecido o alimento, aumentando ainda mais o seu interesse, que já é grande, pelo ambiente que a cerca, diminuindo o interesse pela comida, que já é pouco. O trabalho de uma equipe multidisciplinar, nessas situações, é fundamental: fonoaudiólogo, nutricionista, pediatra e psicólogo poderão, juntos, avaliar a criança e intervir no momento oportuno. As causas para a dificuldade alimentar podem ser diversas. E a participação destes é determinante para sua resolutividade.
O assunto foi tema do quadro “Comer e Ser”, veiculado às Segundas-feiras pelo programa Saúde no ar, com transmissão pelas Rádios Excelsior AM 840 e Web Saúde no ar. Este mês de setembro a nutricionista, especialista em nutrição infantil, Mariana Costa é uma das colaboradoras do quadro e da coluna Alimentação.
Ouça o comentário de Mariana Costa :
http://www.portalsaudenoar.com.br/wp-content/uploads/2018/10/RECUSA-ALIMENTAR-EM-CRIAÇAS.mp3
Foto: Mariana Costa
Fonte: Mariana Costa
Redação Saúde No Ar