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Recusa Alimentar Infantil

recusaA dificuldade alimentar na infância é um tema que não se esgota e uma situação que causa muita angústia no núcleo familiar. Apresenta-se por desinteresse pelos alimentos, por pouco apetite, pela recusa alimentar e por refeições com longo tempo de duração.  Todos nós conhecemos alguma criança que nos primeiros meses de vida aceitava uma “boa” quantidade e variedade de alimentos. Mas, simplesmente, modificou o seu apetite e o seu gosto na medida em que foi crescendo. É importante entender que isso pode ser absolutamente esperado! Ao final do primeiro ano e ao longo do segundo ano de vida, a criança apresenta uma diminuição do apetite, conhecida como anorexia fisiológica.Pois, as necessidades nutricionais de um bebê e, por conseqüência, seu apetite, são maiores pelo seu rápido crescimento. Nessa fase, as recomendações chegam a ser duas a três vezes superiores à de crianças em idades mais avançadas e de um adulto! Assim, à medida que a criança se desenvolve, sua demanda nutricional se modifica e se ajusta à sua necessidade no novo ciclo de vida.

Para os pais, há a impressão de que a criança está aceitando menos e de que ela não quer mais comer como antes. A ansiedade dos familiares para ver a criança comer, ocasionalmente, leva a substituição dos alimentos saudáveis por aqueles de baixo valor nutritivo, os quais normalmente fazem parte das preferências alimentares das crianças. Muitas vezes isso ocorre também como um mecanismo compensatório por sua ausência, no decorrer do dia, em virtude da longa jornada de trabalho.

A relação que a criança estabelece com a alimentação é fruto das primeiras relações que ela criou com a família e com o seu ambiente. As dificuldades alimentares, frequentemente, podem estar relacionadas com emoções e sentimentos negativos da criança em relação à comida, como situações em que o consumo foi imposto. Em outros casos, devido a uma sensibilidade tátil que a impede de aceitar certas características físicas dos alimentos. Podendo-se identificar preferências por determinadas consistências, sabores ou texturas. Já parou para analisar se seu filho tem preferência por alimentos mais secos que a base de molhos, ou por mais macios que aqueles mais crocantes?

À medida que a criança cresce, ela socializa e começa também a explorar o espaço que a cerca e a sua autonomia. Outras atividades ocupam o seu tempo e a alimentação é uma em um leque de opções. Sua curiosidade em vivenciar novas experiências começa a ter destaque em detrimento de outras já habituais. Nesses casos, para ajudar a criança a se organizar diante de tantas novidades, os pais precisam instituir uma rotina, imprescindível nesse momento. Assim, a criança saberá o momento de realizar cada uma das atividades sem qualquer prejuízo.

No entanto, muitos pais utilizam de eletrônicos durante todo o tempo em que é oferecido o alimento, aumentando ainda mais o seu interesse, que já é grande, pelo ambiente que a cerca, diminuindo o interesse pela comida, que já é pouco. O trabalho de uma equipe multidisciplinar, nessas situações, é fundamental: fonoaudiólogo, nutricionista, pediatra e psicólogo poderão, juntos, avaliar a criança e intervir no momento oportuno. As causas para a dificuldade alimentar podem ser diversas. E a participação destes é determinante para sua resolutividade.

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O assunto foi tema do quadro “Comer e Ser”, veiculado às Segundas-feiras pelo programa Saúde no ar, com transmissão pelas Rádios Excelsior AM 840  e Web Saúde no ar. Este mês de setembro a nutricionista, especialista em nutrição infantil, Mariana Costa é uma das colaboradoras do quadro e da coluna Alimentação.

 

Ouça o comentário de Mariana Costa : 

LOGO NUTRIÇÃO UFBADesde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA,desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Profa.Ma. Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração da aluna bolsista do projeto Permanecer, Marianna Menezes Santos. Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas.

 

Foto: Mariana Costa 

Fonte: Mariana Costa

Redação Saúde No Ar

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