Raiva: controle e prevenção

A raiva é uma doença viral que acomete diversos mamíferos e causa um quadro clínico de encefalite aguda e fatal. Os ciclos da raiva podem ser divididos em: urbano, rural, silvestre e aéreo, sendo este último representado, principalmente, pelo morcego hematófago (que se alimenta de sangue) como o principal transmissor. O ciclo epidemiológico mais importante é o urbano e a principal via de transmissão da raiva ao homem ocorre pela mordedura, arranhadura ou lambedura de cães e gatos infectados pelo vírus rábico. O último caso de raiva humana em Salvador ocorreu em 2004, no bairro de São Marcos. Um jovem foi mordido por um cão da raça Pitbull e não procurou um serviço de saúde em tempo hábil. A melhor maneira de evitar a infecção é vacinando os cães e gatos com as vacinas anti-rábicas oferecidas nas campanhas de vacinação das prefeituras assim como a vacinação nas clínicas e consultórios veterinários particulares. Cabe ressaltar que as vacinas de campanhas são seguras aos animais e que a vacinação em massa destas espécies contribuiu com a redução extrema dos casos de raiva humana e animal no Brasil.

A raiva rural é representada pelos herbívoros os quais são atacados pelos morcegos hematófagos. Existem diversas regiões do Brasil com ocorrência de raiva rural, porém, a importância deste ciclo para a espécie humana é muito menos importante, uma vez que a infecção é mais difícil. O homem também pode ser atacado acidentalmente por espécies silvestres (ciclo silvestre) como, por exemplo, por saguis e canídeos silvestres. Desta forma, deve-se ter um cuidado extremo na manipulação destes animais.

A raiva transmitida por morcegos é cada vez mais ocorrente no Brasil e requer uma maior atenção das autoridades de saúde. No início de 2017, ocorreu um caso de raiva humana oriunda de mordedura de morcego no município de Paramirim/Bahia. Cabe ressaltar que não somente os morcegos hematófagos transmitem a raiva mas também outros morcegos, como os que se alimentam de insetos (insetívoros) e frutas (frugívoros). Nestes casos, as mordeduras são acidentais. Desta forma, qualquer comportamento atípico, como a presença de morcego em áreas de fácil acesso durante o dia e presença de morcego caído no chão pode indicar a doença nestas espécies. Estes animais jamais poderão ser manipulados, pois poderá ocorrer mordedura acidental com chances de infecção humana. A conduta correta é informar imediatamente o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da região para que um profissional habilitado recolha o animal e o envie para o diagnóstico de raiva em um laboratório oficial do governo. A comunicação ao CCZ também vale em caso de acidentes com qualquer animal suspeito de raiva. 

Em qualquer caso de acidente por mordedura, arranhadura ou lambedura por um animal suspeito de raiva, o indivíduo deverá lavar a área afetada com água e sabão e se dirigir imediatamente a um serviço de saúde. Neste local haverá uma avaliação da gravidade da lesão e se tomará a decisão sobre a necessidade de um protocolo pós-exposição que, uma vez estabelecido, pode variar desde um protocolo vacinal isoladamente até a sua aplicação em conjunto com o soro anti-rábico.
A melhor forma de prevenir a raiva é vacinando os animais de estimação. A precocidade na procura por um serviço de saúde em caso de acidente com animais suspeitos de raiva é fundamental para o impedimento da chegada do vírus no sistema nervoso central (SNC). Uma vez que o vírus alcance o SNC as chances de cura da raiva são mínimas.

Durante o mês de Dezembro/2017, os conteúdos desta coluna foram assinados  pela Profa.Nadia Rossi de Almeida,  que também colaboroua com o “Quadro Saúde e meio ambiente”, veiculado às quartas-feiras no Programa Saúde no ar, pela Rádio Excelsior da Bahia, AM 840, através da parceria com a Universidade Federal da Bahia.

Desde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA,desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, meio ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Profa Ma.Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração do Grupo Germen, e da  aluna bolsista do projeto Permanecer, Thuane Policarpo. Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas sobre nutrição e saúde para o email: produção@portalsaudenoar.com.br ou uma mensagem de texto ou áudio para o WhatsApp: 71-996813998.

Ouça na íntegra o comentário de Nádia Rossi

Profa. Dra.na área de viroses e micoses/

Medicina Veterinária-UFBa

 

Fonte: Nadia Rossi de Almeida (Médica Veterinária)

Foto: Google

Redação Saúde no Ar

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