A Operação Carne Fraca, realizada pela Polícia Federal na última sexta-feira (17), caiu como uma avalanche sobre um importante setor da economia nacional, o alimentício. O impacto negativo atingiu toda a cadeia produtiva e como consequência, gerou perda de mercado, demissões, e abalo na confiança do consumidor.
Mesmo sem ter sido apontado, até o momento irregularidades em estabelecimentos voltados à comercialização de produtos de origem animal na Bahia, o consumidor baiano está em dúvida sobre a qualidade dos alimentos vendidos no estado.
Em entrevista ao Saúde no Ar, o Coordenador de fiscalização da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), José Ramos, informou que o órgão realiza o serviço de inspeção e sanidade e garante que o selo de qualidade do alimento, chamado de (Sif), esteja presente nos alimentos. “Os produtos com o registro do Sif, garantem ao consumidor e aos vendedores que é de qualidade”.
“Os técnicos da ADAB, acompanham os alimentos desde a sua origem, até a ida para o supermercado, validando o controle Sanitário”. “Projetos inadequados não são aprovados”, afirma o Coordenador.
As empresas que comercializam esses alimentos tiveram queda nas vendas, e o presidente da Associação Baiana de Supermercado Joel Feldman, contou ao Saúde no Ar, que tanto os supermercados de grande porte quanto os pequenos são avaliados periodicamente, por agentes da Vigilância Sanitária, e o setor tem diversas regras de proteção dos alimentos antes de ir para a prateleira das lojas. “A gente vende no mercado o que a gente come, gostaria de enfatizar isso, para que a nossa sociedade não fique preocupada”.
Os desafios da Agência para reestabelecer junto ao Ministério da Agricultura, a confiança da população, segundo José Ramos está em fortalecer o papel dessas instituições, ao demonstrar na prática que os produtos são de fato rastreados e chegam com segurança ao comércio.
Ramos argumentou que o combate à fraude é feito regularmente pela Adab e as empresas notificadas são punidas, com multa e apreensão dos produtos.
“Já tivemos casos em que perdemos toneladas de produtos, devido à falta de condicionamento adequado. Saiu no caminhão com qualidade e quando chegou ao destino da entrega, estava impossibilitado de uso. Então tudo foi incinerado para garantir que não haveria distribuição clandestina”, exemplificou.
A imagem do Brasil no Mercado internacional ficou abalada, a exportação já caiu em cerca de 90%, já no nacional, o setor ainda não divulgou queda na compra e venda.
De acordo com a Adab, na Bahia o grande problema, não é produto no mercado sem fiscalização, e sim abate clandestino. A fiscalização do órgão ainda não conseguiu mapear e impedir que isso ocorra.
Joel informou que o caminho de recuperação da imagem das empresas investigadas e não investigadas, acordada entre representantes do setor será feita reforçando ao consumidor, que o produto da prateleira é seguro.
“É preciso que o consumidor também esteja mais consciente e vigilante, para garantir que a sua saúde seja preservada. Deve haver parceria entre todos os envolvidos”, reafirma Joel.
Ouça na integra o o bate-papo completo desta quinta-feira dos convidados, com Patrícia Tosta no programa Saúde no Ar:
Como denunciar- Há diferentes formas de denunciar abate clandestino, fiscalização irregular e venda de produtos fora do padrão de qualidade em supermercados. Na ADAB, o contato pode ser feito pelo site ou através do disk denúncia: 0800 284-0011 e dos
Telefones das Coordenadorias Regionais. Na ABASE pelo telefone (71) 3444-2888, ou pelo formulário disponível no site.
As denúncias podem ser feitas anonimamente.
Saiba mais sobre o tema:
https://www.youtube.com/watch?v=INJurcZRIhM&index=44&list=PLb0wnTWW2ZNoZ7oUK_VleKt9NIX7_cteV
Redação Saúde no ar