Dismorfia ou “transtorno dismórfico corporal” (TDC) é uma patologia que consiste em uma preocupação exagerada e fora do normal com a aparência. Geralmente, os sintomas começam na adolescência e a doença é mais comum do que se pensa se caracterizando por uma insatisfação com a imagem corporal. Muitas pessoas desenvolvem esse transtorno por se acharem fora dos padrões de beleza impostos.
Assim, estar um pouco acima do peso, ter pernas mais grossas e contornos mais volumosos acabam gerando “complexos exagerados” induzindo a pessoa a seguir a “ditadura da beleza” sacrificando sua própria saúde.
A pessoa insatisfeita com sua imagem corporal, que entende como não correspondentes aos padrões exigidos pela sociedade, pode dar início a prejuízos sociais, ocupacionais e psíquicos. Uma pessoa com dismorfia sente-se insegura com o próprio corpo a ponto de isolar-se e cair em depressão, e o pior é que o “defeito”, quando existente, é quase imperceptível, porém é enxergado pela pessoa como algo gigantesco e negativo.
A ex-modelo Alicia Douvall (foto) fez duas revelações impactantes à imprensa em 2013: ela gastou mais de US$ 1,5 milhão em tratamentos estéticos e estava tão viciada em cirurgia plástica, que foi diagnosticada com o TDC.
É comum os sintomas começarem na adolescência. Minnie Wright, por exemplo, tem 47 anos e passou praticamente a vida toda sofrendo com o transtorno. “Os sintomas começaram quando eu tinha 11 anos e era vítima de bullying”, conta. “Principalmente por causa do tamanho do meu nariz.” Minnie conta ainda que colocava maquiagem para tentar fazer sombra e disfarçar o nariz e sempre inclinava a cabeça para evitar mostrar seu perfil.
As pessoas com TDC demoram para pedir ajuda por terem medo de serem classificadas como “vaidosas”. O médico David Veale, especialista em TDC, trabalha na área há 20 anos e começou depois que um dos seus pacientes se suicidou por causa da doença.
“O ideal é diagnosticar as pessoas com TDC em um estágio inicial da doença, porque o tratamento é mais fácil. Antes que todos esses pensamentos e ansiedades cheguem à sua mente.”
Segundo o médico, a “mensagem mais importante a passar sobre o TDC é que é uma doença curável.” O tratamento normalmente consiste em uma combinação de antidepressivos e terapia cognitiva-comportamental. Mas, admite que conseguir diagnosticar o transtorno e tratá-lo é um processo lento.
Estima-se que 15% das pessoas que querem fazer cirurgia plástica têm TDC. O dado mais alarmante é que menos de 10% das pessoas com esse transtorno ficam satisfeitas com os resultados e estudos sugerem que pessoas com esse transtorno são mais propensas ao suicídio que a população em geral.
Fonte: BBC/Terra
A.V.