Publicidade infantil pode trazer malefícios para as crianças

Basta indagar a qualquer pequeno, que ele não vai demorar muito para ter uma resposta para esta pergunta: o que você quer ganhar de presente no Dia das Crianças? Com a proximidade da data, fica ainda mais difícil de resistir aos pedidos que quase sempre vêm acompanhados de biquinhos, choros e abraços. Mas, os pais devem ficar atentos na hora da compra, para evitar que os brinquedos coloquem em risco a saúde e a segurança dos pequenos. Além disso, é preciso também tomar cuidado com a exposição deles à publicidade infantil.

Faltando poucos dias para a data dedicada aos pequenos, o que não faltam são anúncios publicitários que visam atrair à atenção deles. Quer ver?! Faça um teste: ligue a TV e tente contar quantos anúncios publicitários são veiculados em 10 minutos. A quantidade de bonecas, carros, tablets, vídeo games, entre outros, sendo vendidos é grande. Se a infinidade de produtos deixa confusa até gente grande, imagina o que esta exposição pode causar em quem ainda conta a idade com os dedos da mão?

Para a psicóloga Gisela Tapioca a publicidade estimula o consumismo exagerado o que pode trazer problemas para o público infantil: “Os pais têm dito muito para as crianças que não têm dinheiro para comprar isso ou aquilo. Não é o dinheiro exatamente a resposta que temos que dar. Nós precisamos dizer para as crianças que não podemos comprar tudo. Não precisamos ter tudo, o tempo inteiro, do mais novo possível”, relata.

Embora mais intensa por causa da data, a publicidade para o público infantil ocorre o tempo todo. Para impedir a exposição acentuada dos pequenos, no ano passado uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente determinou que é abusiva a publicidade que incentive a criança, por exemplo, a consumir determinado produto ou serviço fazendo uso de linguagem infantil, efeitos especiais, excesso de cores, trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança.

Tapioca alerta também para a utilização desenfreada do computador. “Na internet você está postando conteúdo, curtindo, comentando, se posicionando… Então os pais devem ter muito cuidado com este processo, principalmente com todos os crimes que são praticados no meio eletrônico como o cyberbullying e pedofilia” explica.

Porém quem é pai, mãe, tio, avó, padrinho… Sabe que é bem difícil deixar esta data passar em branco. Como escapar dos pedidos acompanhados de declarações de amor, beijos e abraços? Por isso, como a compra é quase inevitável, na hora de escolher os presentes é preciso tomar alguns cuidados para garantir a saúde e a segurança das crianças. Para o diretor de fiscalização da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) Iratan Vilas Boas “é muito importante que a pessoa que for comprar o brinquedo preste atenção para as informações referentes a idade. Os responsáveis também precisam verificar as peças dos brinquedos, se elas são pequenas, pontiagudas, se têm potencial ou não de causar danos às crianças, principalmente aquelas de zero a cinco anos que são as mais vulneráveis”.

De olho nas lojas que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor, o Procon está realizando a operação Criança Segura. No total, 30 estabelecimentos já foram fiscalizados. Os consumidores podem denunciar irregularidades através do telefone (71) 3116-0567 ou pelo email denuncia.procon@sjdhds.ba.gov.br.
Ana Paula Lima