O II Seminário Internacional Relações da Saúde Pública com a Imprensa, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) discute as informações falsas veiculadas sobretudo em redes sociais, conhecidas por fake news. Iniciado no último dia 18, o evento será encerrado nesta quinta- feira (21/03)
Com o tema: Fake News e Saúde , a abertura foi realizada na terça-feira (18) em Brasília, com mesas redondas e rodas de conversa entre jornalistas, pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes e interessados no tema.
Para a coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz Rio de Janeiro, Elisa Andries, a comunicação, no âmbito da saúde pública, deve ser vista como uma questão prioritária e fundamental para que instituições como a própria Fiocruz sejam tidas como uma espécie de agente de checagem de informação. Ela citou áudios veiculados em redes sociais, em 2015, com informações falsas sobre infecções pelo vírus Zika no Brasil.
Na cerimônia de abertura, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, afirmou que “No momento em que organizamos um evento como este, é exatamente reforçando a comunicação como um espaço estratégico”.
“Precisamos refletir sobre o que está acontecendo hoje no Brasil em termos de proliferação e divulgação instantânea de informações por meio de dispositivos e redes sociais”, disse, ao citar especificamente um áudio que circulou nas redes sociais no ano passado e que pedia às pessoas que não se imunizassem contra a febre amarela. “Precisamos abordar a questão de forma ética, crítica e vigilante”.
A coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz Rio de Janeiro, destacou que as fake news na saúde são muito associadas ao medo. Elas se disseminam muito por conta do medo que as pessoas sentem em relação a doenças e patógenos”, disse. “A imprensa livre e forte também é importante para lutarmos contra as fake news. Vejo o jornalismo como um apoio importante pra trabalharmos juntos contra a disseminação de notícias falsas”, concluiu Elisa.
Histórico
Esta é a sexta edição do Seminário As relações da saúde pública com a imprensa. O primeiro, realizado em 2008, debateu o papel e a responsabilidade da mídia na apresentação das informações sobre febre amarela para a população. De lá para cá, já foram realizadas outras cinco edições, que enfocam a cobertura jornalística sobre determinado tema em saúde, a saber: H1N1 (2010), a imagem do SUS na mídia (2013), Comunicação em Situação de Risco: ebola, chikungunya, dengue e zika (2015), e aedes aegypti (2017). Em 2018 passou a ser internacional.