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“Promoção ou Perigo? Brasileiros recorrem a produtos próximos do vencimento para driblar crise”

“Promoção ou Perigo? Brasileiros recorrem a produtos próximos do vencimento para driblar crise”


Brasileiros aproveitam preços mais baixos de produtos no limite do prazo de validade: economia ou risco à saúde?

Com o aumento do custo de vida e o empobrecimento da população, muitos brasileiros têm adotado um novo hábito nas compras de supermercado: escolher produtos com prazo de validade próximo do vencimento, que geralmente são oferecidos com descontos de até 70%.

Essa prática, embora represente uma forma de economizar em tempos de crise, levanta um alerta importante sobre os riscos à saúde e os limites do consumo consciente.


Alívio no bolso, preocupação na saúde

Nos últimos anos, o Brasil vivenciou um cenário de inflação persistente em itens essenciais como alimentos, medicamentos e higiene. Segundo o IBGE, mais de 60% da população brasileira convive com algum grau de insegurança alimentar, o que tem levado as famílias a buscar alternativas mais baratas para sobreviver.

Entre essas opções, destacam-se os produtos vendidos com a data de vencimento próxima. Supermercados e farmácias têm adotado estratégias de “queima de estoque” para evitar prejuízos, e consumidores atentos aos preços não perdem a oportunidade.

No entanto, especialistas em saúde pública alertam: consumir alimentos, bebidas ou medicamentos vencidos ou prestes a vencer pode causar sérios danos à saúde, como infecções intestinais, intoxicações e reações adversas.


⚠️ Riscos principais incluem:

  • Proliferação de bactérias e fungos em produtos mal armazenados;

  • Perda de eficácia de medicamentos e vitaminas após a validade;

  • Intoxicação alimentar em laticínios, carnes e embutidos mesmo consumidos pouco antes do vencimento;

  • Alergias e reações cutâneas em cosméticos e produtos de higiene vencidos.


💰 A equação da necessidade: preço vs prazo

Os descontos podem ser tentadores:

  • Produtos como iogurtes, massas, biscoitos e enlatados chegam a custar 50% menos;

  • Farmácias oferecem medicamentos de uso contínuo com até 80% de desconto perto da validade;

  • Restaurantes e padarias usam o “último dia de validade” como chamariz de promoções-relâmpago.

Essa lógica de consumo, segundo o economista Mauro Rocha, “é uma consequência direta da queda no poder de compra da população, que passou a priorizar o custo imediato em detrimento de um planejamento de saúde e segurança”.


🧠 Como se proteger? Dicas práticas:

  • Sempre verifique a data de validade e condições de armazenamento;

  • Evite estocar itens perecíveis com prazo muito curto;

  • Reaqueça bem alimentos prontos para consumo ou refrigerados;

  • Descarte produtos com alteração de cheiro, cor ou textura, mesmo que dentro da validade;

  • Em caso de sintomas após o consumo, procure atendimento médico imediato.


📊 Contexto social e econômico

A busca por produtos prestes a vencer é reflexo de um Brasil em que mais da metade da população está endividada e 39% das famílias dependem de algum tipo de auxílio governamental. O crescimento dessa prática indica um problema mais amplo: a normalização da precariedade alimentar e sanitária, algo que exige políticas públicas e educação em saúde.


Palavras-chave em destaque:

produtos vencidos, empobrecimento da população, descontos em supermercados, intoxicação alimentar, saúde pública, crise econômica, segurança alimentar.

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