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Programa brasileiro de doação de leite humano é referência internacional

Só no país, mais de 300 mil crianças nascem prematuras e dependem da doação de leite para receberem os nutrientes necessários.

 

O Brasil destaca-se internacionalmente por seu programa de doação de leite humano, que se tornou uma referência no cenário global. O intuito do movimento, elogiado por sua abrangência e eficiência, é garantir a saúde e o bem-estar de recém-nascidos prematuros e de baixo peso.

Com mais de duzentas unidades distribuídas em todos os estados, postos de coleta e até mesmo serviço domiciliar em determinadas regiões, o país oferece uma estrutura ampla e acessível, sendo a maior e mais abrangente rede de Bancos de Leite Humano do mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, a rede conta com profissionais qualificados, que fornecem orientações valiosas tanto sobre a importância da amamentação quanto sobre o processo de doação de leite humano.

A equipe envolvida desempenha um papel fundamental ao garantir a segurança e a qualidade do leite coletado. Os bancos são vinculados a hospitais com serviços especializados em saúde materno-infantil, especialmente aqueles com unidades de cuidados intensivos neonatais.

Vale lembrar que a prática do aleitamento traz uma série de benefícios para a saúde e o desenvolvimento dos bebês. O leite materno é considerado o alimento ideal e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como fonte exclusiva de nutrição para os pequenos até os seis meses de idade, pois contém todos os nutrientes necessários e oferece proteção contra diversas doenças.

Após essa fase, é importante introduzir uma alimentação complementar adequada e saudável, mantendo a amamentação em paralelo até o segundo ano de vida ou mais. A continuidade do aleitamento traz vantagens tanto para criança quanto para as mães.

Rede de banco de leito e metas globais de aleitamento

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) revelam que, globalmente, apenas 44% das crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses de vida. Na região das Américas, esse índice é de 38%, e somente 32% das crianças continuam sendo amamentadas até os dois anos. Em relação à primeira hora de vida – período crucial para a sobrevivência do neném – menos da metade dos bebês na América Latina e no Caribe (48%) é amamentada.

Diante dos números, a necessidade de aumentar os índices de amamentação e alcançar metas estabelecidas por governos espalhados por todo o mundo considerada primordial. Uma delas é atingir 50% de amamentação exclusiva nos primeiros os seis meses de vida até 2025. Além disso, dentro dos objetivos da Agenda 2030, espera-se alcançar uma taxa de 70% de amamentação exclusiva nesse período.

Nesse panorama, a rede brasileira de Bancos de Leite Humano combina tecnologia com baixo custo, conforme defende o Ministério da Saúde. A abordagem permite que o país tenha uma cobertura grande e possa atender às demandas das mães e bebês que necessitam de apoio na amamentação.

Conscientização e união para manter doações

Como ressaltam a OMS e o Ministério da Saúde, bebês prematuros ou de baixo peso (menos de 2,5 kg) precisam do leite materno para se recuperarem mais rápido e crescerem fortes e saudáveis. No Brasil, a cada ano cerca de 330 mil crianças nascem prematuras e dependem da doação de leite para receberem os nutrientes necessários. Esses bebês representam aproximadamente 11% do total de nascimentos anuais, que chegam a 3 milhões.

Mesmo com o reconhecimento e o destaque mundiais do programa brasileiro de doação de leite humano, durante o período de férias escolares ou de feriados prolongados, os estoques costumam reduzir. Historicamente, os primeiros meses do ano são os que têm o menor número de doações. A saída do Ministério tem sido convocar as mulheres que amamentam a doarem seu leite para aumentar os níveis dos estoques dos Bancos de Leite Humano.

Figuras públicas e artistas também têm aderido ao movimento de doação de leite materno, demonstrando engajamento e sensibilidade em relação à causa. A atriz Thaila Ayala, por exemplo, compartilhou em suas redes sociais imagens ao lado de um freezer repleto de frascos com o alimento. Por meio dessas ações, personalidades ajudam a disseminar a conscientização sobre a importância da doação de leite humano, incentivando outras mulheres a aderirem ao gesto solidário.

Como doar leite materno

Segundo os órgãos de saúde, qualquer mulher que esteja amamentando pode se tornar uma doadora, desde que esteja saudável e não tome medicamentos que interfiram na amamentação. Mesmo pequenas quantidades de leite podem ser extremamente úteis para os bebês internados, que, dependendo de seu peso e condições médicas, podem precisar de apenas 1 ml a cada refeição. Para facilitar a coleta, muitas mulheres utilizam o extrator de leite, a fim de armazenar o material em casa e fazer as doações.

É necessário guardar o alimento em frascos de vidro com boca larga e tampa de plástico, que devem ser higienizados previamente com água e sabão e fervidos por 15 minutos. Além disso, é importante que a mama seja higienizada com água e que as mãos sejam lavadas com água e sabão. O D’Or Mais Saúde recomenda o extrator por ser um dispositivo prático que auxilia na retirada do leite humano de forma higiênica e segura.

Durante o processo de coleta, é recomendado ainda o uso de máscara para evitar a contaminação do leite doado por gotículas de saliva. Após a coleta, o leite é analisado, passa por pasteurização e é submetido a controles de qualidade antes de ser fornecido aos bebês internados nas unidades neonatais.

Da Redação

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