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Primeiros casos de micose resistente ao tratamento são relatados nos EUA

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA relataram os primeiros casos conhecidos de micose resistente a antifúngicos nos Estados Unidos e estão instando os provedores de saúde a ficarem atentos a essas infecções.

Os detalhes dos casos foram relatados ao CDC em fevereiro e compartilhados em um relatório publicado na última semana. As pacientes – duas mulheres, que não são parentes, na cidade de Nova York – apresentaram sintomas pela primeira vez em 2021 e 2022. Uma paciente não tinha histórico de viagens internacionais, sugerindo que há alguma disseminação comunitária nos Estados Unidos.

A micose não é causada por um verme, mas sim por uma das 40 espécies de fungos. Nesse caso, as infecções foram causadas pelo Trichophyton indotineae, um fungo descoberto recentemente.

Os casos estavam inicialmente concentrados em pacientes no sul da Ásia. Contudo, também houveram registros em países da Europa. Estes são os primeiros casos conhecidos nos EUA.

A micose pode assumir várias formas, mas geralmente causa o que parece ser uma erupção cutânea superficial que forma um anel ao redor da pele de aparência normal. É uma irritação cutânea altamente desconfortável e pruriginosa.

No caso da primeira paciente, a mulher de 28 anos parecia ter desenvolvido a irritação na pele no verão de 2021. Ela foi a um dermatologista em dezembro e disse que não havia viajado internacionalmente, nem havia tido qualquer exposição conhecida a alguém com algo semelhante.

De acordo com o relatório, a mulher tinha “grandes placas anulares, escamosas e pruriginosas” no pescoço, estômago, região pubiana e nádegas. Os médicos a colocaram em uma terapia oral que ela começou a fazer em janeiro de 2022.

A segunda paciente, uma mulher de 47 anos, desenvolveu a irritação cutânea nas coxas e nádegas durante uma visita a Bangladesh no verão de 2022. Os médicos a trataram com um antifúngico tópico e cremes esteróides, mas a erupção não melhorou. Vários outros membros da família em Bangladesh também desenvolveram irritações semelhantes.

Priya Soni, especialista em doenças infecciosas pediátricas do Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles, disse que é impressionante que os médicos tenham conseguido identificar as espécies com a ajuda do departamento de saúde pública.

Como uma das pacientes não tinha histórico de viagem para nenhuma área que tenha visto casos, disse ela, é um sinal real de que houve algumas mudanças epidemiológicas nas espécies fúngicas.

“Também pode ser um pouco mais difundido do que observamos antes, portanto, para médicos e outros provedores, acho importante estar ciente de que podemos estar vendo mais dessa espécie em particular à medida que entramos nos meses mais quentes e úmidos do verão”, disse Soni, que não estava envolvida em nenhum dos novos casos.

Dessa forma, o relatório incentiva os provedores a ficarem atentos a essas infecções. Soni disse que uma bandeira vermelha provavelmente seria se alguém com erupção cutânea não respondesse à terbinafina após cerca de quatro semanas de tratamento.

Prevenção

Como os fungos gostam de ambientes quentes e úmidos, seque bem os pés entre tomar banho e calçar meias e sapatos.

Uma boa higiene das mãos também pode ajudar, uma vez que a infecção fúngica se espalha pele a pele. O fungo pode ser encontrado no solo, por isso é importante usar luvas ou lavar bem as mãos após cuidar do jardim ou mexer na terra.

As pessoas podem contrair micose depois de acariciar um animal de fazenda ou até mesmo um cachorro ou gato que tenha uma infecção.

“Qualquer tipo de micose realmente floresce no clima quente e úmido, especialmente em vestiários, piscinas cobertas, esse tipo de coisa”, disse Soni.

 

 

Fonte: CNN Internacional

 

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Joice Mara Araujo

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