Presidente volta a atacar vacinação infantil e Anvisa

Apenas um dia após o Ministério da Saúde anunciar o cronograma de imunização infantil contra a Covid-19; durante entrevista  o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a vacina para o publico e acusar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de terem algum interesse na liberação da vacina.

“A Anvisa lamentavelmente aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos. A minha opinião eu quero dar para você aqui. A minha filha de 11 anos não será vacinada”, disse Bolsonaro.

Ainda assim, questiona os país a respeito da vacinação, “E você vai vacinar seu filho contra algo que o jovem por si só uma vez pegando o vírus a possibilidade de ele morrer é quase zero? O que é que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual é o interesse daquelas pessoas ‘taradas por vacina’? é pela sua vida? É pela sua saúde?  Caso fosse estariam preocupados com outras doenças do Brasil, que não estão”, acrescentou o presidente.

Além disso, o presidente questionou em entrevista se houve falecimento de crianças em decorrência da doença. Do mesmo modo, na entrevista desta manhã, Bolsonaro questionou: “Eu pergunto, você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho”.

De acordo com o Ministério da Saúde, houve o registro de 6.324 casos de SRAG na faixa etária de 5 a 11 anos. Ao todo, 1,8 milhão de casos de síndrome respiratória aguda grave tiveram registro no país no período. Em relação aos óbitos, o percentual é de 0,05% do total registrado, o que representa 311 óbitos em crianças.

Por outro lado, em resposta as declarações de Bolsonaro, a Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu nota de repúdio; porém não cita o nome do presidente; os médicos afirmaram que “a população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir”. E que a “vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todas as faixas etárias”.

Ainda assim, a nota ressalta que “negar esse benefício e desestimular a adesão dos pais à imunização dos seus filhos é “um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas”.

Além disso, em outra nota, a SBP enfatiza que “Existem justificativas éticas, epidemiológicas, sanitárias e de saúde pública para a vacinação da população pediátrica”.

De acordo com a SBP, “A menor gravidade da covid-19 em crianças quando comparada com adultos fez com que, infelizmente, houvesse uma subestimação da sua real carga neste grupo etário”. “Os estudos com a vacina de RNAm da Pfizer demonstraram que a doença e suas complicações são passíveis de prevenção, inclusive em adolescentes e crianças. Aumentar o universo de vacinados oferece além da proteção direta da vacina, possibilidade de redução das taxas de transmissão do vírus e das oportunidades de surgimento de variantes”.  

 

 

 

 

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