Os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2021 por seus esforços para defender a liberdade de expressão, anunciou o comitê norueguês do Nobel nesta sexta-feira (8).
Os dois jornalistas ajudaram a fundar veículos de comunicação independentes em seus países e vão dividir o prêmio. Muratov é um dos fundadores de um jornal russo que já teve seis jornalistas assassinados
Maria Ressa é cofundadora e diretora-executiva do Rappler (rappler.com), uma empresa de mídia digital de jornalismo investigativo nas Filipinas.
“[Os laureados] são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, afirmou Berit Reiss-Anderson, presidente do conselho do
“O jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra. O comitê norueguês do Nobel está convencido de que a liberdade de expressão e a liberdade de informação ajudam a garantir um público informado”, afirmou a instituição.
O comitê disse também que “esses direitos são pré-requisitos essenciais para a democracia e protegem contra guerras e conflitos” e que o prêmio para os jornalistas “visa salientar a importância de proteger e defender esses direitos fundamentais [as liberdades de expressão e informação]”.
“Ressa e a Rappler mostram como as redes sociais são usadas para espalhar ‘fake news’, assediar oponentes e manipular o discurso público”, disse Berit Reiss-Anderson.
A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)e membro do Comitê Executivo da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Maria José Braga, comemorou essa conquista que , segundo ela, reconhece e valoriza a importância do Jornalismo em um momento de ataques e disseminação de desinformação.
“É uma conquista de dois profissionais, que deve ser celebrada por todos os jornalistas do mundo. É o reconhecimento da importância do Jornalismo para a constituição da cidadania e para a garantia da democracia, como forma de organização política que busca a resolução de conflitos por meio do diálogo e, portanto, que busca a paz. E é o reconhecimento do jornalista como profissional do Jornalismo e do papel social de ambos, em um momento importante da história, quando informações falsas e/ou fraudulentas circulam massivamente provocando retrocessos civilizatórios”, afirma.
A Federaçaõ Nacional dos Jornalistas – FENAJ emitiu uma nota:
“Sem liberdade de expressão e de imprensa, será difícil promover com sucesso a fraternidade entre as nações, o desarmamento e uma ordem mundial melhor para ter sucesso em nosso tempo. A concessão deste ano do Prêmio Nobel da Paz está, portanto, firmemente ancorada nas disposições do testamento de Alfred Nobel”, afirma a entidade.
“O NOBEL DA PAZ PARA DOIS JORNALISTAS DIZ PARA O MUNDO QUE A INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA É IMPRESCINDÍVEL E QUE OS JORNALISTAS MERECEM RESPEITO E RECONHECIMENTO PELO QUE FAZEM”, REFORÇA A DIRIGENTE DA FEDERAÇÃO.
“o Prêmio Nobel da Paz para dois jornalistas é também uma importante resposta aos ataques que a categoria sofre e que se intensificaram nos últimos anos”.
UMA RESPOSTA CONTUNDENTE AOS QUE QUEREM SILENCIAR VOZES, PROVOCAR RETROCESSOS E DISSEMINAR O ÓDIO. A DEFESA DAS LIBERDADES DE EXPRESSÃO E DE IMPRENSA E A PRÁTICA COTIDIANO DO JORNALISMO SÃO A RESPOSTA”, PONTUA.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA – ABI
“É muito reconfortante para a Associação Brasileira de Imprensa, que há 113 anos está na trincheira pela liberdade de imprensa, a notícia de que o Prêmio Nobel da Paz deste ano foi para dois jornalistas, Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Jointhy, da Rússia, por sua “luta corajosa em defesa da liberdade de expressão”. A ABI congratula-se com os dois jornalistas e se compromete a permanecer na sua jornada para preservar a liberdade de imprensa, que é um dos pilares da democracia”. Paulo Jeronimo, presidente da ABI.
A ABI congratula-se com os dois jornalistas e se compromete a permanecer na sua jornada para preservar a liberdade de imprensa, que é um dos pilares da democracia.
Jorge Roriz