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Prefeitura inicia vacinação contra o HPV nas escolas

Cerca de 150 alunas de 9 a 13 anos do Colégio Nossa Senhora da Conceição, em Brotas, foram vacinadas contra o papiloma vírus humano (HPV) nesta quinta e sexta-feiras (12 e 13), dentro da estratégia de imunização montada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nas unidades de ensino. A ação visa prevenir as meninas contra o vírus que causa, dentre outras doenças, o câncer de colo do útero.

Para realizar o procedimento nas escolas, é necessário autorização do estabelecimento de ensino através de um documento e, logo em seguida, é feito o agendamento da ação junto às unidades de saúde. As escolas enviam um comunicado aos pais para conscientização e autorização para que as filhas sejam imunizadas no estabelecimento. Agendada a data, os profissionais do Setor de Imunização realizam o processo de prevenção do HPV. Porém, as meninas com idade elegível que procurar as unidades de saúde terá direito a vacina HPV sem requerer a autorização dos pais, apresentando documento de identidade e cartão de vacina.

“Essa iniciativa em parceria das escolas é perfeita e já ocorre aqui desde o ano passado. A ação contribui para o processo de saúde das crianças e faz a sociedade se conscientizar do processo de prevenção contra doenças nessa faixa etária”, ressaltou a auxiliar administrativa do colégio, Juciane Silva.

A vacina é disponibilizada gratuitamente nas unidades básicas de saúde da Salvador em escolas públicas e privadas, e não tem contra-indicação. A meta da SMS é vacinar 59 mil meninas entre 9 a 11 anos e 24 mil adolescentes de 11 a 13 anos, que fazem parte do público-alvo. No ano passado receberam a primeira dose 53 mil meninas, o que correspondeu a 90% do público-alvo, e 23 mil a segunda dose.

Pelo segundo ano seguido, o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde está vacinando gratuitamente para a prevenção do HPV. A vacina está disponível desde o início de março nas 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo país para as meninas de 9 a 11 anos.

O HPV é uma das causas mais frequentes do câncer do colo do útero. O número de mortes pela doença no País aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012. Os dados são do Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Flávia de Miranda Corrêa, epidemiologista da divisão de pesquisa populacional do Inca, ressalta que a vacina é fundamental para a prevenção de infecções nas futuras gerações. “A vacina é uma opção de prevenção primária que a gente não tinha no passado. Antes era restrito a tentar evitar o contato com o HPV, o que não é muito fácil na prática”, esclarece.

Disponibilidade no SUS – O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina quadrivalente, que protege de quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia em quem segue corretamente o esquema vacinal.

Flávia ressalta que a vacina aplicada em mais de 50 países tem sua segurança comprovada. “Ambas as vacinas contra o HPV que existem no mundo são seguras. Todos os mecanismos de controle, a OMS, a União Europeia, são unânimes em atestar a segurança da vacina. Podem existir alguns efeitos adversos, como por exemplo, vermelhidão e dor no local da injeção, tontura. Por isso, é recomendado que a menina fique sentada uns minutos depois da vacina, mas esta reação está mais ligada ao emocional”, esclarece. A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

“Participei do grupo de estudo que assessorou o Ministério da Saúde para a introdução da vacina e foi decidido que o foco fosse o câncer do colo do útero. É lógico que o HPV está presente em outros tipos de câncer, em homens e mulheres, mas analisamos a situação epidemiológica e em qual a doença ela teria mais impacto”, explica a especialista.

Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde firmou Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Butantan e o Merck. Será investido um montante de R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. Para 2015, a previsão do Ministério da Saúde é de adquirir 11 milhões de doses.

Fontes: Agecom/ SMS e Agência Saúde

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