O Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), apresentou para os membros da Vascular Access Society sua experiência com o uso do cateter trans-hepático, cujos resultados superam os principais estudos internacionais. No último mês, a cidade de Liubliana, capital da Eslovênia, foi o centro mundial de debate sobre acesso vascular, onde a pesquisa foi apresentada.
O implante de um cateter através do fígado, com longa permanência no paciente renal crônico, é um procedimento de exceção para permitir a continuação da hemodiálise em quem já esgotou as possibilidades de acesso às veias centrais dos braços e pernas. É a salvação de quem espera por um transplante de rim.
No Huol, unidade filiada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), essa prática foi executa pelos médicos Ricardo Wagner, Fernando Moura e Eduardo Anacleto, com auxílio das estudantes de medicina Amábilie Jales e Maria Júlia Luiz, num período de quatro anos, em que 14 pacientes foram beneficiados e monitorados, alcançando a marca recorde de 720 dias de permanência do cateter, em um dos casos.
“Cada dia significa tempo de vida. Não são casos eletivos, são urgências pela vida. É uma condição em que o paciente tem o transplante como esperança final, depende desse tipo de acesso para manter a espera pelo novo rim. Ainda que passe a ser prioridade na fila do transplante, esse último recurso é que o mantém em tratamento”, explica Wagner.
O resumo do trabalho foi publicado no The Jounal of Vascular Access e o próximo passo é a consolidação como artigo científico. Após a exposição internacional, o serviço recebeu contatos de países como Índia e Egito, de médicos interessados nos resultados alcançados.