Em trabalhos referentes a “terapia do dinheiro” e no curso “Aprendendo a lidar com o dinheiro”, observo que algumas pessoas estão insatisfeitas com o seu relacionamento com a energia monetária, cuja a origem é o medo e a angústia relacionada a sobrevivência. O uso emocional do dinheiro aparece em quase todos os distúrbios mentais.
Os sintomas de transtorno bipolar, por exemplo, surgem com freqüência com delírio de grandeza e riqueza, pois é um transtorno cerebral que ocasiona flutuações imprevisíveis do humor, afetando 1% da população, ou seja, 1 em cada 100 pessoas entre 20 e 40 anos. O doente eufórico se sente capaz de realizar as mais arriscadas transações comerciais.
Esse tipo de consumidor, que acha que tem condições de realizar determinados negócios, muitas vezes, embarca em absurdas aventuras financeiras sem levar em consideração os riscos, colocando seu ritmo de consumo em perigo, até chegar a economia familiar, ao ponto de dilapidá-la. Ele sempre ignora os conselhos dos familiares e amigos para que gaste de maneira racional.
Nesse contexto, os cartões de crédito se convertem numa verdadeira ameaça. Os consumidores compulsivos possuem uma propensão a não economizar, pois são incapazes de ter dinheiro disponível ou possuem uma necessidade constante de se livrar dele. Enquanto na compulsão em não gastar impera a insegurança em relação ao futuro, as pessoas com propensão ao gasto acham, em geral, que o futuro está garantido, ainda que o gasto compulsivo tende a ser visto como um desejo passageiro e superficial de satisfação.
Há casos em que o dinheiro gera sentimentos de culpa complexos e incontroláveis que obrigam inconscientemente as pessoas a se livrarem do dinheiro. O que se percebe hoje em dia é que há uma espécie de epidemia coletiva de consumidores compulsivos e devedores anônimos com práticas terapêuticas similares as do Alcoolistas Anônimos. A incorporação das pessoas a esse grupo começa com o reconhecimento do consumo como um vício.
O tratamento após o diagnóstico preciso é medicamentoso, envolvendo o apoio da família e dos amigos aliado a terapia comportamental. Utiliza-se na terapia do dinheiro a identificação das crenças que estão impregnadas no corpo através da cartografia, a respiração consciente na intenção de desbloquear a área focada pelo cliente, a fim de dar o salto quântico, permitindo sair da situação antiga para uma outra situação nova e a dramatização dos conteúdos emergentes.
Artigo escrito por Roland Paiva, economista e consultor monetário, psicodramatista e terapeuta transpessoal.
Redação Saúde no Ar*