De acordo com resultados parciais do estudo Análise dos Fluxos para Internações da População Residente em Municípios Vulneráveis: padrões e consequências da pandemia; publicado através da Fiocruz, a busca por tratamento de saúde de residentes de municípios vulneráveis do Brasil acaba tornando-se extremamente difícil; já que muitos necessitam deslocar-se para outras localidades para obter atendimento hospitalar.
Assim, as conclusões do estudo podem auxiliar no planejamento da alocação de recursos físicos e humanos em saúde, para atender às necessidades de saúde da população.
No relatório divulgado, “quase metade das internações consideradas ocorreram nos municípios de residência e cerca de 30%; em municípios da mesma Região de Saúde do município de residência”. Além disso, ao analisar a realização das internações no município de residência em relação aos diferentes grupos de procedimentos, os valores variaram conforme a complexidade; de 63,6% (para internações clínicas) a 7% (internações oncológicas).
Do mesmo modo, entre as Grandes Regiões, “cerca de 30-40% das internações de residentes realizadas fora do município de residência; tiveram como destino outro município da mesma Região de Saúde, com exceção da região Sul, com um único município com 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza”.
Além disso, os dados levantados apontam que as internações oncológicas eram majoritariamente realizadas em outras Regiões de Saúde (74,2%); o que pode significar percursos de maiores distâncias. Ainda assim, 39% das internações cirúrgicas de residentes dos municípios considerados na análise ocorreram em outras RS. Já os procedimentos de menor complexidade, como parto normal e internações clínicas apresentam maiores percentuais de realização da internação no município de residência (respectivamente, 53,9% e 63,6%).