A poliomielite figura atualmente como a única emergência em saúde pública de importância internacional mantida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Recentemente a OMS tinha a varíola dos macacos, Covid e Pólio na lista das emergencias internacionais, mas a Covid e a mpox ( varíola dos macacos) deixaram de ser emergencia internacional.
O comite da OMS por unanimidade, decidiu manter o mais alto status concedido pela entidade para a pólio, popularmente conhecida como paralisia infantil.
“No entanto, em locais onde a cobertura vacinal contra a poliomielite é baixa, esses vírus podem ser transmitidos em muitas ocasiões entre crianças não vacinadas ou parcialmente vacinadas. Em casos muito raros, essas transmissões múltiplas podem fazer com que os vírus sofram mutação ou alterem suas características genéticas, podendo recuperar sua capacidade de produzir paralisia. Isso permite o aparecimento de casos com paralisia derivada da vacina”, explicou a OMS.
A OMS está atenta ainda para casos de poliovírus derivados da vacina oral, que contém vírus vivo atenuado para remover a capacidade de produzir paralisia. Em crianças vacinadas com a chamada gotinha, o vírus atenuado se reproduz e persiste no intestino por cerca de seis semanas até ser excretado no meio ambiente. Esse vírus vacinal pode, inclusive, atingir outras crianças suscetíveis e fornecer proteção – fenômeno conhecido como imunidade de rebanho.
Os casos mais recentes de poliovírus derivados da vacina foram identificados em março deste ano em Madagascar e na República Democrática do Congo, além de um outro caso detectado em fevereiro em Moçambique. No ano passado, Malawi e Congo também confirmaram casos. A OMS alerta que a retirada da dose oral contra a pólio do calendário de vacinação de alguns países colabora para a queda na imunidade intestinal de crianças pequenas e para o consequente aumento de infecções derivadas da vacina.
Os casos de poliomielite diminuíram mais de 99% ao longo dos últimos anos, passando de 350 mil casos estimados em 1988 para seis casos reportados em 2021.
“Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil novos casos no mundo, a cada ano, dentro do período de uma década”, estima a OMS.