Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo atestou os poderes da ibogaína, princípio ativo de uma planta africana chamada iboga para tratar dependentes de álcool, cocaína e crack. O estudo informa que 75 voluntários receberam o comprimido do fitoterápico, cujo efeito dura cerca de dois dias, sendo acompanhados por um ano pelos pesquisadores. O resultado foi que 100% das mulheres e 55% dos homens largaram o vício nesse período.
Segundo o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador das pesquisas, citado na matéria sobre o tema da Revista Saúde da Abril, número 388, enquanto as terapias tradicionais obtém sucesso de no máximo 35% dos casos, a ibogaína age no cérebro, equilibrando neurotransmissores que favorecem o autocontrole.
A ibogaína é um alcalóide indólico enteogênico capaz de antagonizar e anular a ação de uma série de alcalóides ou compostos orgânicos nitrogenados de intensa bioatividade sobre o cérebro, como a cocaína, heroína e morfina, dentre outros.
Obtida de um arbusto da família, Apocynaceae, de origem africana Tabernanthe iboga, nas regiões do Congo e do Gabão entre os pigmeus e alguns povos bantos, que possivelmente assimilaram essa prática pelo contato com esses misteriosos povos da floresta .
Aurora Vasconcelos