A prefeitura de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, anunciou na tarde desta quarta-feira a suspensão da vacinação de crianças contra a Covid-19 pelos próximos sete dias. A gestão municipal informou que a medida foi tomada após “uma criança de 10 anos sofrer uma parada cardíaca’.
Após uma criança ter sofrido uma suposta parada cardíaca, na cidade de Lencois paulista, a prefeitura da cidade suspendeu a vacinação pelo período de sete dias.
De acordo com a prefeitura, o pai relatou que “12 horas após receber a dose pediátrica da vacina Pfizer”. O comunicado também afirma que a criança está estável e consciente.
O geneticista e pediatra Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, tranquiliza os pais:
“A parada cardíaca não está nem descrita nos efeitos adversos a curto prazo da vacina. E a miocardite nessa faixa etária é raríssima, acomete 1 em cada milhão de crianças e os casos não são graves. Rara, a miocardite é mais frequente em meninos e após a segunda dose.”
Segundo o governo do estado, a análise contou com mais de 10 especialistas e aponta que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico.
“O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde informa que concluiu nesta quinta-feira (20); a investigação que descartou o evento adverso pós-vacinação na criança de dez anos do município de Lençóis Paulista. Não existe relação causal entre a vacinação e quadro clínico apresentado”, diz a nota do governo.
Leia a nota da Pfizer na íntegra:
Assim que a Pfizer teve conhecimento do caso, foi submetido um relato de potencial evento adverso para a área de farmacovigilância, conforme processo global da companhia.
A Pfizer já distribuiu globalmente mais de 2.6 bilhões de doses da vacina ComiRNAty em mais de 166 países ao redor do mundo e não há alertas de segurança graves relacionados ao imunizante.
Os eventos adversos que podem ser relacionados à vacina identificados durante as fases de estudo pré e pós comercialização constam na bula do produto https://www.pfizer.com.br/bulas/comirnaty. Os órgãos de vigilância locais e internacionais competentes endossam que o benefício da vacinação segue se sobrepondo a qualquer risco.
A companhia realiza habitualmente o acompanhamento de relatos de potenciais eventos adversos de seus produtos, mantendo sempre informadas as autoridades sanitárias brasileiras, de acordo com a regulamentação vigente.
Especificamente para a vacina ComiRNAty, a fim de facilitar ainda mais o contato com a empresa e o monitoramento dos potenciais eventos adversos da vacina, a Pfizer estabeleceu um portal para comunicação de informações relacionadas a relatos de eventos adversos: https://www.pfizersafetyreporting.com/#/pt.
Pacientes que apresentem qualquer quadro de potencial evento adverso devem manter acompanhamento médico ou com serviço de saúde de referência e seguir as condutas clínicas instituídas e orientadas por tais responsáveis.