PF inicia investigação sobre declaração de Bolsonaro associando vacinas ao risco de Aids

Após a abertura do inquérito em 03 de dezembro por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, a  Polícia Federal iniciou a investigação  sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que  associou a vacinação contra Covid a um risco de desenvolver Aids.

Essa relação, que não existe, foi feita por Bolsonaro em uma transmissão nas redes sociais, no ano passado. A delegada responsável pelo caso, Lorena Nascimento, afirmou que vai pedir colaboração internacional nas investigações. Isso porque Bolsonaro citou dados que atribuiu a organismos de outros países. Segundo a delegada, será preciso que a Coordenação-Geral de Cooperação Internacional tome as seguintes ações:

O presidente mencionou uma suposta publicação de profissionais do  Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), dos Estados Unidos, segundo a qual a maioria das mortes da gripe espanhola teria acontecido devido a uma pneumonia bacteriana secundária, e que a proliferação dessa bactéria ocorreu pelo uso de máscaras.

“os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto”;
informou Bolsonaro sobre o susposto estudo.

A Polícia Federal vai checar se o  Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido  teria divulgado em seus sites oficiais a informação de que As autoridades sanitárias deixaram claro ao longo dos dois últimos anos que as máscaras, na verdade, previnem doenças.

Essa notícia falsa também foi divulgada pelo presidente em uma live nas redes sociais no dia 22 de outubro, e desmentida pelo Fato ou Fake, por especialistas e por outras plataformas de checagem nas horas seguintes. A live de Bolsonaro foi retirada do ar por Facebook, YouTube e Instagram.

Após as declarações o  presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, reafirmou que as vacinas usadas no Brasil são seguras, e que nenhuma delas aumenta a “propensão de ter outras doenças”.

Segundo o ministro, é preciso apurar a relação entre essa fake news e a atuação de uma suposta organização criminosa investigada pelo Supremo e que envolve aliados do presidente Bolsonaro.

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