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Pessoas com Parkinson gastam metade da renda mensal com custos extras

Pesquisa inédita realizada pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, revela que pessoas com doença de Parkinson acompanhadas na rede pública de saúde gastam quase metade da renda mensal (49%) em custos extras relacionados à doença.

Entre as despesas estão terapias e cuidadores, para manter a doença sob controle, mesmo com o tratamento medicamentoso disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para a pesquisa, os autores analisaram dados de 1.055 brasileiros com Parkinson que recebem tratamento em dez hospitais terciários públicos em todo o Brasil, abrangendo todas as regiões.

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa e progressiva, caracterizada pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina, uma substância relacionada com o controle dos movimentos do nosso corpo.

Apesar da doença esteja mais associado aos idosos, estima-se que de 10% a 20% dos casos ocorram em adultos jovens, por volta dos 50 anos de idade. No caso da pesquisa, a idade média de início da doença dos participantes foi de 54 anos.

“São pessoas que estão plenamente ativas na sociedade. No começo, a doença era mais relacionada aos idosos, mas a expectativa de vida aumentou nas últimas décadas e isso mudou”, disse a professora Tânia Bovolenta, biomédica e pesquisadora responsável pelo estudo.

Análise dos custos

Bovolenta explicou que a ideia surgiu devido à necessidade de estudar os custos da doença de Parkinson para os usuários do SUS, uma vez que não havia nenhuma base de dados brasileira disponível sobre o assunto. Na pesquisa, foram estabelecidos critérios de exclusão, como a presença de plano de saúde ou o uso de implante DBS (estimulação cerebral profunda).

De acordo com a pesquisa, devido ao envelhecimento da população, é estimado que até 2040 pelo menos 17 milhões de pessoas em todo o mundo terão a doença de Parkinson, tornando-a a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no planeta. Isso destaca a importância de uma análise aprofundada dos custos para a melhoria do sistema de saúde. No Brasil, estima-se que entre 1% e 3% da população seja portadora de Parkinson.

Segundo o estudo, o custo médio anual da pessoa com Parkinson no Brasil, incluindo o que é coberto pelo SUS, é de R$ 20.822,05, com 63,3% referentes a custos diretos e 36,9% a custos indiretos. Deste valor, em média, a pessoa paga R$ 10.237,32 por ano do próprio bolso, o que equivale a um gasto mensal de R$ 853,11. A renda média individual dos pacientes é de R$ 1.713 por mês (considerando o ano base de 2018). Isso significa que a pessoa compromete cerca de 49% de sua renda com esses custos extras relacionados à doença.

 

 

 

Fonte: Agência Einstein / Foto: Pixabay

 

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