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Pesquisadores buscam novas substâncias para melhor fotoquimioterapia do câncer

Novas substâncias fotoativas com características mais promissoras de que os compostos aplicados atualmente em fotoquiomioterapia do câncer, são analisadas por um grupo de pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Física Médica – NAP-FisMed, localizado na Universidade de São Paulo – USP em Ribeirão Preto – interior paulista.  Entre as substâncias pesquisadas, estão corante de cianina com dois cromóforos, que têm coloração intensa e forte absorção de luz – considerada propriedades vantajosas para a fotoquiomioterapia.

Segundo o professor Iouri Borissevitch, do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – FFCLRP – USP, e coordenador da linha de pesquisa do NAP-FisMed na área de fotoquimioterapia e diagnóstico do câncer por fluorescência, o grupo de pesquisa estuda compostos clássicos, como as porfirinas, derivados de nitrofurano e a família de corantes ciânicos que têm muitas perspectivas de aplicação na fotoquiomioterapia.

De acordo com pesquisador, o tratamento de câncer com a fotoquiomioterapia é baseado em uma reação química ativada pela energia luminosa para destruir o tecido cancerígeno. Borissevitch também explica que para o teste foi introduzido no organismo do paciente um composto fotossensível (sensível à luz), depois aplicamos luz visível (laser) na região a ser tratada. Ele ainda ressalta que essa interação, na presença de oxigênio molecular, produz substâncias que induzem a morte das células cancerígenas.

Segundo o pesquisador, uma das vantagens da técnica é a redução dos efeitos colaterais aos pacientes em comparação aos tratamentos convencionais, como radioterapia. A luz visível não causa danos ao tecido sadio e as substâncias fotossensíveis apresentam baixo índice de toxicidade ao organismo.

No entanto, a fotoquiomioterapia também tem restrições como a não possibilidade de tratamento de todas as formas de câncer. Além disso, os compostos utilizados no tratamento ainda possuem alto custo financeiro e limitação de eficiência.

Borissevitch salienta que atualmente, muitos compostos aplicados na fotoquimioterapia sofrem decomposição pela luz antes de causar o dano nas células tumorais. O pesquisador destaca ainda que esses compostos também necessitam da presença de oxigênio molecular, mas por causa do metabolismo muito ativo de tecidos tumorais, em muitos casos, há falta de oxigênio o que limita a eficiência da técnica.

Compostos que possam formar os radicais livres sob ação de luz no local a ser tratado e através desse meio realizar as reações necessárias para induzir a eliminação de células tumorais sem a necessidade de oxigênio, também são analisadas pelos pesquisadores do NAP-FisMed.

Ainda de acordo com Borissevitch, a pesquisa já obteve resultados promissores com o corante de cianina com dois cromóforos e derivados de nitrofurano. Ele enfatiza também que o grupo está analisando compostos complexos de rutênio para a formação de radical livre NO. Os estudos são em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – FCFRP –  USP.

NAP-FisMed – O Núcleo de Apoio à Pesquisa em Física Médica foi formado em 2012 e reúne professores do Departamento de Física, da FFCLRP, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, todos da USP.

O centro de pesquisa estuda diferentes métodos de diagnóstico, terapia e modelagem de tumores, visando propor técnicas relacionadas a conceitos da Física que possam facilitar a prática clínica. Além de buscar técnicas não invasivas e mais eficientes para baratear procedimentos.

Fonte: Agência USP de Notícias

L.O.

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