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Pesquisadoras brasileiras desenvolvem pão com farinha de barata

As estudantes de Engenharia Química de Alimentos, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)  Andressa Lucas e Lauren Menegon, desenvolveram uma farinha feita de baratas que possui 40% mais proteínas do que a farinha de trigo normal. O objetivo do trabalho foi elaborar um pão enriquecido com farinha de Barata cinérea. O método de massa direta foi utilizado para elaboração dos pães. Foram avaliadas 3 formulações com diferentes quantidades (5, 10 e 15 %, base farinha de trigo) de farinha de insetos, comparando com o pão de farinha integral e de trigo para verificar a influência nas características tecnológicas, teor de proteína e qualidade sensorial.

Os pães de 5, 10 e 15% enriquecidos com a farinha de Barata cinérea apresentaram respectivamente 7,88 %, 12,53 % e 14, 76 % de proteína enquanto o pão branco apresentou 4,03%. O pão de 10% foi o que obteve as melhores características tecnológicas não se diferenciando estatisticamente do pão integral. O pão enriquecido foi bem aceito sensorialmente.

As baratas não são do tipo comum. São do tipo Cinéria, bem menores. E compradas de uma criadora especializada, onde são produzidos de forma higiênica e alimentados com frutas e verduras.

O modo de processo é simples. As baratas chegam já desidratadas e são colocadas em um moinho de bolas para serem trituradas. Depois, o conteúdo resultante passa por uma peneira e é misturado à farinha de trigo para a produção de pães. Na pesquisa elas citam também que o Brasil ocupa o quinto lugar dentre os países de maior consumo per capita por ano de pão, e a tendência é de que esse consumo aumente devido à grande diversidade de pães que vem sendo apresentados ao consumidor.

O uso de insetos como matéria-prima é algo inédito nas universidades brasileiras e como a pesquisa rendeu bons frutos as pesquisadoras querem levar o projeto adiante. “Necessitamos da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA] para o consumo humano, porque inseto ainda não está liberado. Portanto estamos entrando com a papelada para tornar o produto disponível”, diz a pesquisadora Andressa Lucas à Revista Galileu.

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