A virologista Marilda Siqueira é pesquisadora da Rede Genômica Fiocruz e do Ministério da Saúde e atuou na descoberta da variante Delta em pelo menos seis estados. Ela fala sobre os protocolos adotados quando um paciente é identificado com variante Delta e diz disseminação pode aumentar hospitalizações.
“Ao identificarmos, nós imediatamente conferimos o sequenciamento, revisamos com calma, pegamos a ficha do paciente e já comunicamos ao Ministério da Saúde e ao Laboratório Central de Saúde Pública do estado de origem da pessoa. Comunicamos na hora”, esclarece a pesquisadora da Fiocruz.
Assim que ele é encontrado, passa por uma entrevista para saber com quem teve contato da família, amigos e pessoas aleatórias, inclusive sobre os locais que frequentou nas últimas semanas.
“Tudo que o paciente com a variante Delta teve contato é apurado para que tenhamos maior entendimento da dispersão do vírus. Se não fizermos isso, demoramos mais tempo para entender o quadro real”, destaca a pesquisadora da Rede Genômica da Fiocruz.
“Estamos com a circulação de uma variante altamente transmissível. Se ela se espalhar rápido, maior será o número de infectados e por consequência, podemos ter novas altas de hospitalização. A entrada da Delta no país motiva ainda mais esse encontro para debater o que fazer”, destaca Marilda Siqueira.
Os laboratórios centrais de saúde pública de cada estado decidem quais amostras serão enviadas para sequenciamento. Está escolha é baseada em critérios pré-definidos pelo Ministério da Saúde, LACENs, FIOCRUZ e IEC.
O sequenciamento é fundamental para identificar quais variantes estão circulando pelo país e quais políticas públicas devem ser adotadas no combate ao avanço da pandemia.
O Ministério da Saúde, reforça que tem orientado estados e municípios sobre todas as ações necessárias, como intensificar o sequenciamento genômico das amostras positivas para a Covid-19 e a vigilância laboratorial, rastreamento de contatos, isolamento de casos suspeitos e confirmados, notificação imediata e medidas de prevenção em áreas de suspeita de circulação de variantes.
JR