Pesquisadora alerta para o racismo no sistema Judicial do Brasil

A professora e doutora em estudos de gênero, mulheres e feminismos, Carla Akotirene, alerta que

“O racismo participa das sentenças e dos flagrantes. Sobre os flagrantes forjados, os policiais também são trabalhadores, eles também ganham com a balança de precisão registrada como verdadeira, ainda que seja em uma fé pública fraudada, na sua atuação profissional para o Estado, o que favorece a promoção de carreira.”

Carla Akotirene acusa a “mídia sensacionalista” de incentivar os flagrantes forjados que causam danos irreparáveis às vítimas. Haveria, na opinião dela, um acordo tácito entre essas mídias e a polícia para gerar flagrantes e aumentar a audiência das emissoras. Mesmo quando o flagrante é considerado ilegal e a prisão preventiva, convertida, homens e mulheres negras já tiveram suas vidas devastadas.

Carla Akotirene esteve em Brasília na última semana para uma palestra no Ministério Público do DF (MPDFT) e em seguida foi Minas Geraos na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip),

A obra mais recente de Akotirene será lançada em janeiro de 2024, com o título “É fragrante fojado dôtor vossa excelência”. Na publicação, ela denuncia a prática criminosa de alguns agentes de segurança pública que forjam o flagrante de tráfico de drogas, imputado a pessoas negras.

Segundo Carla,a sociedade e os poderes públicos sabem que a população negra é maioria nos presídios brasileiros. O que falta dizer a sociedade é como essa realidade foi construída.

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