De acordo com pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, um a cada cinco jovens brasileiros consome cigarros eletrônicos.
Além disso, o levantamento revela que o equipamento também chamado de vape é mais popular entre jovens de 18 a 24 anos. Proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o cigarro eletrônico é vendido livremente nas ruas, o que especialistas dizem ser um elemento que aumenta os riscos aos usuários.
Isso porque, por serem ilegais, não há controle na entrada no país, no mercado clandestino e nas substâncias que são utilizadas nesses dispositivos.
Uma audiência pública no Senado Federal debaterá, no final deste mês, a importância da regulamentação do cigarro eletrônico. Entre os participantes da audiência está a Associação Médica Brasileira (AMB). A Anvisa diz que existe um processo de discussão regulatória sobre os dispositivos eletrônicos, mas só dará informações sobre o processo após ele ser concluído.
O material, além de serem nocivos à saúde, esses dispositivos são considerados um passo para o cigarro tradicional. “Os cigarros eletrônicos são viciantes por causa da nicotina”, ressalta a oncologista Clarissa Mathias, do NOB Oncoclínicas. “Além disso as essências usadas nestes dispositivos possuem muitos aromas e sabores que costumam atrair os mais jovens, mas não são inofensivos ao contrário do que muitos acham”, acrescenta a médica. “O vape é um caminho fácil para o tabagismo, responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão”, adverte.
O cigarro eletrônico foi criado como uma alternativa ao cigarro de papel. De acordo com o estudo “Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos”, elaborado pelo INCA e publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em quase três vezes e meia o risco de experimentar o cigarro convencional, e em mais de quatro o risco de passar a fumar o cigarro.