Em um trabalho inédito, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) demonstraram através de uma pesquisa como o vírus Zika age nas estruturas cerebrais. O projeto tem como objetivo ajudar a encontrar medicamentos que reduzam os danos causados quando o vírus infecta mulheres grávidas, levando a más-formações neurológicas em bebês, entre elas a microcefalia.
A partir de células-tronco humanas, os pesquisadores criaram “minicérebros”, organoides desenvolvidos em laboratório que imitam o cérebro humano em desenvolvimento. Diante disso, é possível identificar como as consequências variam de acordo com a etapa da gravidez em que ocorre a infecção.
A partir desse modelo de pesquisa, dez medicamentos estão sendo testados para impedir a infecção ou reduzir os impactos do vírus sobre o cérebro.Os remédios em teste já têm a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para outras doenças e poderiam ter no combate ao vírus Zika um segundo uso. Os dados divulgados mostram que a fórmula protege contra o ataque do vírus, mas não está confirmado se é capaz de reduzir a replicação viral dentro da célula-tronco neural.
Os cientistas, liderados por Stevens Rehen, também levantaram informações sobre o vírus da dengue, mas perceberam que, apesar de a infecção ser maior que a do vírus Zika, praticamente inexistem as consequências relacionadas a malformações.
O trabalho realizado no Brasil ganhou destaque internacional e foi publicado na revista científica Science.
Redação Saúde no Ar*
Maycon Menezes
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