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Pesquisa da USP comprova eficácia da água sanitária no combate a Dengue

 

Estudo realizado com dois grupos de larvas do mosquito, do meio ambiente e do laboratório, sugere haver uma resistência ligeiramente maior para as larvas do ambiente

São Paulo, julho de 2024. Um estudo recém-realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) atestou a eficácia da água sanitária, produto de limpeza de uso doméstico, no combate às larvas do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue. O experimento, encomendado pela Abiclor (Associação Brasileira da indústria de Cloro Álcalis e Derivados), utilizou dois grupos de larvas do mosquito, um deles originário muitas gerações criadas em laboratório, na Fiocruz, e  outro, com larvas de mosquitos selvagens coletados recentemente no meio ambiente, com apenas duas gerações de larvas criadas em laboratório.

O estudo sugeriu uma resistência ligeiramente maior para as larvas de insetos selvagens. A mortalidade do grupo de larvas com diversas gerações criadas em laboratório chegou a até 95%, enquanto que a mortalidade do grupo de larvas de insetos recolhidos no ambiente há duas gerações chegou a até 92,5%.  “A linhagem de larvas provenientes de insetos do campo é mais resistente porque já nasce em um ambiente livre e hostil.”, explica Andre Machi, co-autor da pesquisa e colaborador do Laboratório de Radiobiologia e Ambiente (CENA/USP).

Mesmo assim, para ambas as linhagens de insetos, a água sanitária – nas proporções de 2 e 3 ml de produto por litro de água –  se mostrou muito eficaz para o combate da praga durante a fase larval, que acontece em repositórios de água parada. Isto significa que obteve um índice de mortalidade acima de 90%.

“Um índice de mortalidade acima de 90%, que pode chegar até 95%, é considerado excelente. Isto vem de encontro com os resultados da literatura quando se trabalha com o controle de insetos, pois nunca se elimina 100% de uma praga em campo”, explica Valter Arthur, co-autor da pesquisa e  professor sênior do Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do CENA(USP).

Como utilizar o produto 

Machi também reforça os benefícios do uso da água sanitária para o combate destas larvas e de outros insetos e organismos que se desenvolvem na água: “A água sanitária deve ser utilizada como um método alternativo para controlar o mosquito da dengue, não apenas por ser de fácil acesso para o uso doméstico, mas principalmente porque não é um recurso poluente ou de impacto ao meio ambiente, como a fumigação e o uso dos inseticidas, que podem provocar a resistência dos insetos.”

É importante observar que a ação de combate às larvas do inseto depende do prazo em que o produto foi aplicado. A pesquisa mostrou que houve perda da eficiência de água sanitária após cinco dias, indicando que há necessidade de repor a dosagem do produto em repositórios de água.

Para fins domésticos, os pesquisadores recomendam 1 colher de sobremesa do produto (equivalente a 5 ml), para cada litro de água, com reposição a cada cinco dias.

Qualidade da água sanitária 

Conforme a Abiclor, para ser eficiente no combate às larvas de mosquito e realizar desinfecção e limpeza, a água sanitária deve ser adquirida de fontes confiáveis e nunca de produtos piratas.

“A água sanitária de qualidade contém 2,5% de cloro ativo, que é o elemento com ação de desinfecção”, diz Nelson Felipe, Técnico e Advocacy da Abiclor. “É importante observar que a água sanitária deve ser comercializada em embalagens opacas, pois a incidência de luz pode degradar o produto e comprometer a sua eficácia. Portanto, produtos vendidos em garrafas PET translúcidas não desempenham a mesma desinfecção e limpeza”, complementa.

Metodologia

Para o experimento, foi utilizada água de torneira, cujo pH estava em torno de 7,1. Posteriormente, foi colocada em baldes com capacidade para cinco litros, junto à água sanitária, adquirida no comércio local e dentro do prazo de validade.

O produto foi adicionado nas seguintes concentrações: 1,0 2,0 e 3,0 ml por litro de água, e mais o tratamento controle que continha somente a água de torneira.. Para cada dose utilizada, foram realizadas quatro repetições, contendo 10 larvas por repetição, num total de 40 larvas de terceiro e quarto instar, que são as fases larvais mais resistentes do mosquito.

O experimento foi realizado em condições climáticas ambientais, todos os tratamentos receberam ração de peixe em quantidade adequada para sua alimentação. As avaliações do número de larvas mortas foram realizadas a cada 24 horas.

O estudo foi realizado para atualização dos resultados de uma pesquisa realizada em 2016, e conforme os resultados de mortalidade, o controle das larvas foi semelhante.

Sobre a Abiclor

A Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) representa o setor de cloro-álcalis, que é a indústria base de diversos produtos essenciais para a economia, além de estar diretamente ligada ao saneamento básico e à saúde pública do país. Com 40 associados, a Abiclor reúne algumas das principais plantas produtoras do Brasil, entre elas, Braskem, Chemtrade, Chlorum Solutions, Dow, Katrium e Unipar e também espelha outros elos da cadeia, como fornecedores de equipamentos, distribuidores e transportadores. A Abiclor atua para promover o avanço da indústria de cloro-álcalis em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, com foco na segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. Mais informações em https://www.abiclor.com.br/.

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