A Universidade Federal de Pelotas, ( (UFPel) divulgou nesta terça-feira (25/05), uma pesquisa sobre a covid 19 no Brasil. A conclusão é de que a epidemia ainda está no inicio e que a população está longe dos níveis necessários para protegê-la de uma segunda onda de contágio.
Os pesquisadores da EPICOVID 19, coletaram dados de mais de 25 mil pessoas de 133 cidades em todos os estados do Brasil, mas em apenas 90 delas foi possível recolher uma amostra mínima de 200, submetidas a testes sorológicos. Pelos cálculos dos cientistas, a proporção de brasileiros com anticorpos ao vírus, conhecida tecnicamente como “prevalência”, foi estimada em 1,4% (de 1,3% a 1,6%). “Os dados já levam em consideração o tamanho da população de cada cidade e a validade do teste rápido utilizado”, afirmam em comunicado.
A amostra nacional – nas 90 cidades, 337 das 21.782 pessoas consideradas na análise testaram positivo para o Sars-CoV2 – é robusta o bastante para garantir tal conclusão. Estatisticamente, levando em conta o tamanho da amostra e a população brasileira, o resultado real estaria, com uma confiança de 95%, dentro de uma margem de 0,16% em torno da média verificada. O estudo concluiu que é praticamente nula a chance de o contágio ter alcançado níveis sequer próximos da imunidade coletiva, mesmo nas regiões mais atingidas pela Covid-19.
Tome o exemplo de São Paulo, cidade de mais de 12 milhões de habitantes, onde foram obtidas apenas 212 amostras para teste. A prevalência calculada na pesquisa é de 3,1%, mas a margem de erro, dentro do intervalo de confiança de 95%, seria de 2,3%. No Rio de Janeiro, onde a prevalência é de 2,2%, a margem seria de 1,8%. Em Vitória, de 1,4% para uma prevalência estimada em 1,2%. No Recife, 2,2% para 3,2%. Mesmo nas cidades em que a prevalência foi maior, como Manaus (12,5%), Belém (15,1%) ou Fortaleza (8,7%), as margens seriam altas: respectivamente, 4,1%, 4,5% e 3,7%.
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