Pesquisa inédita feita pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostrou que 9,2% dos produtos alimentícios enviados para análise apresentaram uma variação de sódio diferente do que é informado no rótulo. Todos os produtos integram o acordo voluntário firmado entre Ministério da Saúde e indústria alimentícia para redução dos teores do nutriente. Os resultados demonstram tanto variação para mais quanto para menos.
Entre março e abril, foram enviados para análise 291 produtos de 90 marcas. Do total, 27 apresentaram valores diferentes do informado na embalagem — dez tiveram variação do nutriente superior aos 20% permitidos pela legislação brasileira; e em 17, a concentração identificada no teste foi menor do que a estampada na tabela.
Em alguns produtos analisados, a diferença foi muito significativa. Sete deles apresentaram uma variação da quantidade de sódio superior a 40% daquela informada no rótulo. Entre eles, está a salsicha viena Frigor Hans (diferença de 66,3%); salsicha viena Ceratti (46,8%); requeijão cremoso light Batavo (45,8%); salsicha longuette Seara (45,2%); mistura para bolo aerado de chocolate Renata (42,7%); requeijão cremoso light Elegê (42,3%); e salsicha para hot dog Seara (41,2%).
"Diferenças como essas podem comprometer um plano alimentar. Nutricionistas baseiam-se nas tabelas para formar as dietas", diz o diretor da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, Rui Povoa. O consumo excessivo do sal é considerado como fator de risco para hipertensão, doença que, por sua vez, pode levar a problemas cardíacos, distúrbios renais e circulatórios.
A Organização Mundial da Saúde recomenda ingestão de, no máximo, seis gramas diárias de sal, o equivalente a 2,4 gramas de sódio. "O brasileiro consome o dobro. E boa parte dessa ingestão é proveniente de produtos industrializados", diz Povoa.
Fonte: Veja