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Perspectivas para Saúde

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“As posições políticas devem ser relevadas quando o assunto é a saúde da população, pois essa é uma questão de interesse público”, a fala do médico cardiologista e Secretário Estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, deu o tom do encontro que reuniu diferentes nomes da saúde, nesta segunda-feira (13.06.16), no auditório da Associação Bahiana de Medicina (ABM) no bairro de Ondina. Estiveram presentes além do Presidente da entidade, Dr. Robson Moura, o superintendente do Hospital da Bahia, Dr. Jadelson Andrade; o superintendente executivo, Dr. Marcelo Zollinger; além dos deputados federais Claudio Cajado e Benito Gama; a presidente do Cremeb, Dra. Tereza Maltez. Os ministros que compõem o Governo interino do Presidente Michel Temer Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo e da Saúde, Ricardo Barros. O evento que fez parte das comemorações dos 10 anos de atuação do Hospital da Bahia, tratou das “Perspectivas para a Saúde Pública do Brasil”.

 A preocupação com a manutenção do SUS que resiste à falta de recursos e à disparidade entre um modelo ideal e a realidade vivenciada na prática, foi apenas uma das questões levantadas. O Ministro Ricardo Barros começou a palestra apresentando as prioridades da pasta: melhorar a gestão e financiamento para o setor, aperfeiçoar e integrar o sistema de informação do SUS; afinar o diálogo com as entidades representativas; combater o Aedes aegypti; reforçar os compromissos com as olimpíadas; fortalecer  o apoio dos brasileiros no Programa Mais médicos; superar as barreiras  para o funcionamentos das UPAs e  UBSs e serviços de urgência e emergência; fortalecer as agências reguladoras com ANS e  ANVISA; ampliar  e atualizar os protocolos clínicos e terapêuticos inserindo novas tecnologias; desenvolver programas de qualificação permanente para os colaboradores do SUS com reforço da UNA-SUS e fortalecer as ações preventivas para a saúde.

 Depois de ouvir todas as indagações dos presentes, Barros respondeu a cada um e se comprometeu em buscar respostas efetivas para as demandas apresentadas. O encontro deixou claro que ainda são muitos os desafios a serem enfrentados, tais como:  falta de um sistema integrado de informação, adequação entre remuneração e produtividade dos servidores, falta de financiamento e o mais importante “a mudança de mentalidade”. Aresponsabilidade com a administração dos recursos foi uma das questões evidenciadas já que segundo o ministro, “recebendo o mesmo volume de verba alguns hospitais vão muito bem e outros muito mal” e nesta escala, as unidades que também são escola, merecem atenção  assim como os hospitais filantrópicos que na visão do ministro precisam buscar e gerir de forma eficiente seus próprios recursos “é preciso fazer mais com menos, pois  estamos pagando a preço de futuro, cada real aplicado na saúde”, afirmou. 

O funcionalismo público também esteve em evidência, pois boa parte dos recursos da saúde é destinada ao pagamento da folha de pessoal e em contrapartida, são os profissionais que menos cumprem os horários de serviço, segundo Barros. Desenvolver ações de prevenção de doenças e cuidado com a saúde será o carro chefe do trabalho com medidas que vão desde o incentivo a uma alimentação mais saudável ao reforço da rede de atenção básica, porta de entrada do sistema e que deve apresentar uma melhor abordagem dos pacientes, com escuta qualificada, evitando gastos desnecessários: “50% dos exames  feitos nas unidades de saúde não são retirados pelos usuários”, lembrou.

A saúde enfrenta problemas que no momento parecem sem solução: a judicialização que é responsável pelo gasto de cerca de 5 bilhões de reais por ano é um desafio a ser enfrentado pois impacta diretamente na garantia dos serviços: “a solução do problema para uns pode significar sofrimento e falta desses mesmos recursos para muitos”, afirmou o ministro. A Saúde mental foi apontada como a mais desafiadora no momento, precisando de uma arrumação que atenda de forma humana, qualificada e sistemática quem precisa dos serviços. O mesmo caminho deve ser seguido pela Previdência Social que consome 50 bilhões de reais por ano, sendo 17% das aposentadorias por invalidez.A carreira do profissional médico, proposta pelo Conselho de medicina, segue em estudo de viabilidade, assim como o programa Mais Especialidades, ampliação do Mais Médicos que deve acolher um número maior de brasileiros. A formação dos novos profissionais foi outro tema em destaque: necessidade de investimento em programas de residências médicas, combate ao sucateamento dos cursos de medicina e fiscalização das faculdades que deixam a desejar, devem estar na lista de  demandas levada pelo Ministro ao final do encontro na ABM.

Iniciativas exitosas como as PPPs, Parcerias Público Privadas também foram apontadas como ações positivas que devem ser estimuladas, pesquisa e avanços na tecnologia também merecem destaque. Por fim, o ministro da saúde Ricardo Barros, afirmou que sendo engenheiro por formação, saberá fazer contas e assumir a pasta com “a coragem necessária para fazer gestão” o que implica em reformas necessárias para o setor.  Afirmando que a transparência é inimiga de fraudes, superfaturamentos e desvios, Ricardo Barros mostrou que está disposto a encarar o desafio de “mudar a cultura, melhorar os números e dar uma saúde melhor à população brasileira”.

Se a estrada é longa, o caminho a ser percorrido só pode ser o do diálogo e integração de todos os envolvidos, que mesmo defendendo seus interesses, precisam entender e somar esforços para a construção de um modelode assistência que ofereça uma melhor condição de vida para todos.

Redação Sa

 

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