As festas juninas, tradicionais no interior do Estado, são eventos onde também estão presentes diversos fatores de risco de intoxicação/envenenamento. “Neste período, são frequentes as intoxicações por alimentos contaminados e bebida alcóolica, além dos acidentes por animais peçonhentos”, alerta Daniel Rebouças, médico toxicologista e diretor do Centro de Informações Antiveneno (Ciave).
Uma das grandes atrações da festa de São João são as comidas típicas servidas nesta época do ano. Assim, deve-se estar atento para não sofrer intoxicação causada por alimentos contaminados por bactérias ou fungos que produzem toxinas, principalmente aqueles mal armazenados, manipuladas ou expostos ao ambiente por muito tempo. Além dos alimentos prontos, deve-se ter cuidado também com os ingredientes como o amendoim e o milho, pois podem representar um grande perigo à saúde quando contaminados por fungos ou bactérias.
Portanto, para garantir que as delícias de São João não se transformem em dor de cabeça, é preciso tomar muito cuidado na hora de comprar os ingredientes e manusear os pratos. Deve-se dar preferência aos alimentos frescos e evitar aqueles que possam ter sido manipulados, principalmente se estiver exposto ao ambiente, pois pode constituir em um meio de cultura fácil para a proliferação de germes patogênicos.
Nas regiões que estão apresentando chuva, um fator de risco a mais são os animais peçonhentos, como serpentes e escorpiões, cujos casos de acidentes são mais frequentes neste período, principalmente em áreas desmatadas e também naqueles com presença de entulhos, lixo e acúmulo de material de construção. Nestes casos, deve-se lavar o local da picada com água e sabão, colocar a vítima em repouso e levar imediatamente para um serviço de saúde. Caso tenham capturado o animal, levá-lo – de forma segura -ao serviço médico para identificação.
Um alerta quando se tratar de crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido, pois, estes precisam de um cuidado redobrado, uma vez que a intoxicação pode ter uma gravidade maior.
A equipe do Ciave alerta para atenção às crianças, não deixando substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, ao seu alcance. Ressalta ainda que nos casos de acidentes por animais peçonhentos e intoxicações é importante evitar a automedicação e medidas não adequadas (como o uso de leite), o que pode agravar o quadro clínico da pessoa, devendo, portanto, a vítima ou seus familiares procurar orientação médica.
Como os sintomas variam de acordo com a forma de contato e o tipo de agente causador da intoxicação, em caso de dúvidas no diagnóstico e tratamento, os profissionais de saúde podem entrar em contato com o Ciave para buscar orientações, serviço este que funciona24 horas por dia com profissionais de plantão prestar orientação toxicológica a esses tipos de ocorrências.