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PEC pretende liberar a comercialização de plasma humano no Brasil

Uma proposta de emenda constitucional, em debate no Congresso Nacional, pretende liberar a comercialização de plasma humano e a entrada de empresas privadas na coleta e no processamento. A PEC está prevista para ser votada nesta quarta-feira.

O plasma, extraído do sangue humano, serve de matéria-prima para produzir medicamentos essenciais para quem sofre de doenças hemorrágicas.

Na legislação atual, todo plasma doado em hemocentros precisa ser enviado para laboratórios no exterior. Lá, o líquido é processado e retorna ao Brasil na forma de medicamentos de alto custo, oferecidos gratuitamente pelo SUS.

Diversas autoridades se manifestaram contrárias a PEC.

“A expectativa do Ministério da Saúde é que essa PEC não seja aprovada, uma vez que ela significa um retrocesso frente ao sistema que foi implantado a partir da Constituição de 1988, e também um risco futuro, uma vez que o sangue é um elemento fundamental para pensar a vida e é, também, a partir dos seus derivados, um componente estratégico para o país. Não podemos ter desabastecimento nem de sangue para pessoas que precisam de transfusão e tampouco dos hemoderivados tão importantes para várias doenças”.

Ministra da Saúde, Nísia Trindade,

 

“A ideia é que o governo continue provendo essa medicação para os pacientes e que não se tenha um mercado privado. Porque se houver um mercado privado dessas medicações, aí a gente já vai entrar em um outro contexto que é como de outras patologias, e aí entra no outro contexto muito complicado da mercantilização da doença”,  P

Presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia, Mariana Battazza

 

“Eu não posso deixar que o mercado regule o acesso ao sangue, e o que a PEC propõe é justamente essa possibilidade. Então a partir do momento que o mercado vai regular com relação a valor, consequentemente acesso, o princípio do SUS da equidade, ele corre um sério risco.”

Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Hishan Hamida

 

“A ideia é que o governo continue provendo essa medicação para os pacientes e que não se tenha um mercado privado. Porque se houver um mercado privado dessas medicações, aí a gente já vai entrar em um outro contexto que é como de outras patologias, e aí entra no outro contexto muito complicado da mercantilização da doença”, pontuou Mariana.

Presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia, Mariana Battazza

 

Jorge Roriz-

Fonte, Jornal Nacional, 03/10.

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