Deputados federais e um senador da Bahia empenharam apoio ao fortalecimento da assistência em saúde ocular no País. Eles se reuniram com representantes do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), quando foram sensibilizados sobre o tema. O grupo foi informado a respeito de ações que valorizam a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças que, sem os cuidados necessários, podem levar à cegueira.Esse compromisso foi firmado durante o VII Fórum Nacional de Saúde Ocular, organizado pelo CBO, em Brasília (DF), para estimular o debate sobre o aperfeiçoamento da assistência oftalmológica no País. Além de deputados federais e senadores, o encontro juntou gestores públicos e privados, médicos e estudiosos. Com essa iniciativa, o Conselho amplia a visibilidade dos problemas da assistência oftalmológica na agenda política do País.
No total, cinco políticos se comprometeram com o tema: o senador Otto Alencar (PSD) e os deputados federais Léo Prates (PDT), José Rocha (União), Félix Mendonça Jr (PDT), Otto Alencar Filho (PSD). As conversas foram acompanhadas pelos oftalmologistas Luiz Alves Spínola, Sheila Andrade de Paula Cecchetti e Jorge Carlos Pessoa Rocha, que é um dos diretores do CBO.
“Decisões importantes sobre o acesso da população brasileira aos cuidados com a saúde ocular acontecem no Poder Legislativo. Por isso, é fundamental que deputados e senadores estejam a par das tendências em médio e longo prazo das causas de baixa visão e cegueira e das possíveis alternativas para ampliação do acesso da população ao atendimento oftalmológico”, assinala o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino.
Debates – O evento, cuja realização contou com apoio da Frente Parlamentar da Saúde e da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, foi o palco de debates sobre questões como a prevalência de doenças oculares, a distribuição dos oftalmologistas em território nacional e o acesso à assistência oftalmológica na rede pública, entre outros pontos. Também foram apresentadas as propostas do CBO para superação dos desafios na área, visando ampliar e qualificar o atendimento da população.
“Trabalhar pelo SUS e pela população brasileira está no DNA do CBO”, afirmou Cristiano Caixeta Umbelino, presidente da instituição. “É muito importante ver as conquistas e construir avanços. Somos sempre bem recebidos, mas agora é hora de implementar”, acrescentou. Ele destacou que o Conselho tem um histórico de diálogo com os entes envolvidos na criação de políticas públicas, no Executivo e no Legislativo, e atua para a construção de um ecossistema sustentável na saúde.
“Ações pontuais não resolvem. É preciso uma política pública para dar atendimento contínuo à população”, afirmou o presidente. Assim, as propostas apresentadas pelo CBO consolidam o conhecimento técnico acumulado pela entidade e respondem aos desafios mais importantes colocados perante a rede pública de saúde para aperfeiçoar o atendimento de saúde ocular da população. No quadro abaixo, é possível identificar pontos defendidos pelo Conselho.
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Parlamentares – Para o presidente do CBO, a adoção das medidas propostas terá efeitos positivos, como prevenção de doenças oculares, maior efetividade no tratamento e redução da fila de transplantes. “Nós temos um time pronto para entrar em campo pela saúde ocular”, destacou, referindo-se aos mais de 20 mil oftalmologistas em atuação no Brasil. “Propomos essa discussão, envolvendo diversos entes, para planejar e colocar em prática ações para enfrentar causas da cegueira e dos problemas que afetam a visão”, acrescentou ao lembrar que o Brasil precisa se preparar. As projeções de envelhecimento populacional mostram que em 2031 a população com 60 anos e se tornará maior do que o contingente de brasileiros menores de 14 anos.
O apelo de Cristiano Caixeta Umbelino ressoou no Congresso Nacional. “Vamos levar esse tema para a Frente Parlamentar Mista da Saúde, que conta mais de 200 parlamentares, entre representantes da Câmara e do Senado”, comentou o deputado federal Zacharias Calil (União-GO), que lidera o coletivo e integra a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a importância do SUS ficou ainda mais notória durante a pandemia da covid-19 e toda iniciativa para valorizá-lo deve ser levada adiante.