Categories: Notícias

Pará – Organização criminosa extraiu toneladas de ouro em áreas indígenas

Toneladas de ouro retiradas do subsolo da terra indígena Kaiapó, no sul do Pará, movimentaram, por anos, uma complexa organização criminosa que dominava toda a cadeia do negócio ilegal, desde a abertura e exploração dos garimpos, até os esquemas de lavagem do dinheiro e a venda do produto no Brasil e no exterior.

O Estadão teve acesso exclusivo ao relatório da Polícia Federal que embasou a Operação Terra Desolata. Deflagrada em 27 de outubro, a ação que contou com cerca de 200 policiais cumpriu 62 mandados de busca e apreensão, além de 12 mandados de prisão preventiva em dez unidades da federação: Pará, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal. A Justiça Federal determinou o bloqueio e indisponibilidade de valores que chegam a R$ 500 milhões em contas dos investigados. Cinco aeronaves foram apreendidas. A atividade econômica de 12 empresas foi suspensa e houve bloqueio de imóveis de 47 pessoas físicas e jurídicas.

Os investigados são: Arlan Monteiro de Almeida, Hailton Monteiro de Almeida, Gustavo Machado Seixas, Sidney Soares Gomes Brito, Marcus Vinicius Alvarez Guimaraes, Patricia Ferreira Soffa, Douglas Alves de Morais, Fabio Monteiro da Silva, Giacomo Dogi, Walterly Guedes Pereira dos Santos, Vergelina Pereira dos Santos e Andre Felipe Picone Rosa.

Entre os investigados se destacam, Hailton Almeida, não tem vínculo empregatício, nem é sócio ou administrador de qualquer empresa. Nas redes sociais, porém, exibe veículos de luxo, aeronaves, máquinas do tipo escavadeiras hidráulicas e até mesmo barras de ouro.

A estimativa é de que, só da terra indígena Kayapó, onde fica a base operacional da família, Hailton Almeida e o irmão, Arlan Monteiro de Almeida, vinham extraindo no mínimo, 18 quilos de ouro por mês. Equivale a um faturamento mensal de aproximadamente R$ 5,4 milhões com a atividade ilegal. Eles estão cumprindo prisão preventiva.
Da extração em área protegida à exportação ilegal para Europa, esquema que foi alvo da PF envolvia dezenas de empresas, cooperativas, funcionários fantasmas e até barbearia no interior paulista para lavar dinheiro;

“Não se tem dúvidas quanto à associação dos envolvidos em torno de uma extensa e complexa organização criminosa voltada para a prática de crimes ambientais, com foco especial na lavagem de dinheiro decorrente dos lucros obtidos com os crimes anteriores perpetrados, mediante a clara e imprescindível divisão de tarefas”, conclui o relatório da PF. “A prisão destes seria a única forma de interromper ou diminuir a atuação da organização criminosa, levando-se em consideração, ainda, a comoção social que o caso requer e a própria credibilidade da Justiça ante a gravidade dos crimes apontados.

Fonte: Estadão

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe
Jorge Roriz

Recent Posts

Vagas de emprego no Simm nesta quarta-feira (16/07)

O Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) oferece 54 vagas de emprego…

5 horas ago

Saúde Integral masculina: alimentação, reprodução e sexualidade

Nesta terça-feira, 16.07, no Programa Em Sintonia, da Rádio Cardeal FM106.1, Patrícia Tosta entrevistou *Dr.…

7 horas ago

Concurso TSE – Provas serão realizadas 08/12 – Inscrição até 18/07

As inscrições para o concurso unificado da Justiça Eleitoral terminam na próxima quinta-feira (18), às…

15 horas ago

2023 bate recorde de bebês com doenças respiratórias

Número chegou a 153 mil no ano, com média de 419 por dia De acordo…

16 horas ago

Saúde nos Bairros chega a São Cristóvão e Alto de Coutos

O programa Saúde nos Bairros está present , em mais duas localidades de Salvador: São…

17 horas ago

Médicos comemoram – Brasil saiu da lista dos 20 países com menores índices de vacinação infantil

Pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da…

17 horas ago