Para a OMS faltam leitos no país

O Brasil tem uma quantidade de leitos inferior ao adequado ao número de habitantes, segundo levantamentos da Organização Mundial de Saúde. Os últimos levantamentos mostraram que a oferta correspondia a uma média de 2,4 leitos para cada mil habitantes – considerando a oferta de leitos disponíveis pelo SUS.

Conforme o índice apresentado no Painel Saúde em Números, relatório semestral elaborada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) –o número não atinge o índice preconizado pela OMS, que são de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. Em relação ao leitos pediátricos, a situação é ainda mais delicada.

No Ceará, por exemplo, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), afirma que  o Estado conta com 2.804 leitos pediátricos. Desse total, 2.511 fazem atendimento pelo SUS. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), afirma que a rede possui o total de 1.140 leitos pediátricos, sendo 114 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, uma discrepância que fica em torno de mil leitos entre as informações.

Situação é ainda pior para crianças

De acordo com a pediatra Mayra Pinheiro, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, não há leitos suficientes para nenhuma especialidade, mas quando o assunto é leitos pediátricos, a médica afirma que a falta se torna ainda mais grave.

Hoje –afirma a pediatra- temos crianças nos corredores que não podem nem ser remanejadas por causa do perfil. No Albert Sabin, por exemplo, tem crianças com doenças complexas nos corredores aguardando por uma vaga”, denuncia.

Segundo a doutora Mayra,  mesmo  a abertura dos novos leitos prometidos pela gestão estadual não suprirá as necessidades. “Temos uma demanda muito reprimida e que a cada dia aumenta mais”.

Para a presidente do Sindicato, a falta de leitos neonatais torna a situação ainda mais crítica. “Neonatal é o nosso maior drama. A maternidade do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) está em colapso. Lá temos 16 leitos de UTIs para atender 28 recém-nascidos. Isto significa que já passamos pela capacidade resolutiva”, disse a médica .

Ela explica que há dias em que há 32 bebês precisando de UTI neonatal e que nem sempre os médicos podem atender a todos os bebês, os médicos “Faz-se o que é possível, inclusive, passando por cima dos padrões do Conselho de Medicina. Isto significa, que há momentos emque dois bebês são colocados no mesmo berço, colocando-se uma incubadora colada na outra para ampliar espaços. Isso tudo compromete a saúde dos bebês, pois o risco de infecção aumenta. No entanto, é o que pode ser feito”, afirma.

 

Fonte: Folha de São Paulo

A.V.

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