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Pandemia agrava o tabagismo no Brasil

A pandemia de COVID-19 tem agravado o tabagismo no Brasil; desse modo, a Central Nacional Unimed (CNU) alerta sobre os prejuízos causados pelo hábito de fumar. Levantamento recente da Fiocruz aponta que cerca de 33% dos fumantes brasileiros – que representam 12% da população – aumentaram o consumo de cigarros durante a pandemia, ao passo que 12% relataram fumar menos, e 54% estão fumando a mesma quantidade.

Contudo, em muitos casos, a vontade de fumar é potencializada por sentimentos como medo, ansiedade, tristeza, depressão e outros problemas emocionais, agravados em todo o mundo desde que a crise sanitária começou. De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), há cerca de 20 milhões de fumantes no Brasil.

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Além disso, considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. Somente no Brasil, mais de 400 brasileiros morrem diariamente por conta do tabaco. A médica clínica e pneumologista da CNU, Daniela Chiesa, esclarece que não existem produtos do tabaco menos maléficos.

O tabaco é implicado na causa direta de cerca de 50 doenças; bem como entre vários tipos de câncer, enfermidades do aparelho respiratório, doenças cardiovasculares, úlcera digestiva, impotência sexual masculina, infertilidade feminina e complicações na gravidez. Somado ao contexto, está o fato de fumantes terem uma redução média de 10 anos na expectativa de vida. “Dependendo da intensidade e diagnóstico tardio, o quadro é irreversível para quase todas as doenças”, alerta Dra. Daniela. A especialista compartilha ainda complicações gerados pelo consumo do tabaco:

 

COVID-19 é mais suscetível entre fumantes

A médica reforça que os riscos de contaminação pelo novo coronavírus é maior entre os fumantes. “Complicações da Covid-19 ocorrem com mais frequência em tabagistas, assim como os riscos de contágio. Isso acontece pelo ato de fumar proporcionar constante contato dos dedos e cigarros possivelmente contaminados com os lábios, aumentando os riscos de transmissão pela boca. Além do uso de produtos compartilhados como narguilé, cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido, que aumentam o risco de contágio.

 

Riscos do narguilé e cigarros eletrônicos

Comum entre os mais jovens, os riscos de doença por uso de narguilé e cigarros eletrônicos podem ser até maiores do que o cigarro tradicional. De acordo com especialistas, “Uma hora de narguilé produz fumaça que pode equivaler ao consumo de cem cigarros. E os eletrônicos funcionam produzem um aerossol que é inalado pelo usuário, aumentando o risco de doenças cardíacas e pulmonares. É preciso deixar muito claro que não existe forma segura para uso de produto de tabaco”, informa a médica clínica e pneumologista da Central Nacional Unimed.

 

Prejudicial até mesmo para os não-fumantes

Em tempos de pandemia e isolamento social, os riscos de doença por tabaco também estão atingindo os chamados “fumantes passivos” que, apesar de não consumirem diretamente o cigarro e seus derivados, acabam inalando fumaça por meio da convivência com fumantes em ambientes fechados. Os sintomas vão desde uma tosse até casos de câncer de pulmão, enfisema pulmonar e infarto. “Não há nível seguro de exposição ao tabagismo passivo e a única maneira de proteger adequadamente fumantes e não fumantes é eliminar o tabagismo em ambientes fechados”, ressalta a Dra. Daniela Chiesa.

 

Tratamento

Assim, o tratamento contra o ato de fumar é baseado no acompanhamento médico e de outros profissionais, tanto individual quanto em grupo, podendo ser proposto o uso de algumas medicações de apoio, sempre de forma individualizada. “Sabemos que é um processo difícil e envolve uma série de questões delicadas. Mas o apoio familiar e a busca por um suporte médico são fundamentais no processo de largar o vício”, finaliza a pneumologista.

 

 

 

 

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Joice Mara Araujo

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