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Pacientes de câncer de tireoide sofrem com falta de fármacos

Uma dívida do  Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) fez com que cerca de mil pacientes tivessem o tratamento de câncer de tireoide e exames de diagnóstico suspensos no Brasil entre esta segunda (08.06) e esta terça-feira (09.06), conforme reportagem publicada pelo jornal  Estadão.

Isso porque  ao ter o  fornecimento de material radioativo interrompido por uma das empresas a quem devia, o Ipen não teve como produzir os fármacos utilizados por pacientes com câncer de teiróide.

Segundo o coordenador do serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Câncer de Barretos, Marcelo José dos Santos, os números não refletem o drama dos pacientes, pois muitos chegam após seis meses de fila e já perderam o momento ideal da terapia. No hospital, 11 pacientes ficaram sem o tratamento e 16 sem fazer exames de cintilografia, indicado para identificar problemas cardíacos.

De acordo com o Estadão, os pacientes reagiram com choro e, em alguns casos, com agressividade diante da notícia de que o tratamento havia sido suspenso. No caso da terapia para tireóide, os pacientes têm de suspender por um mês o uso de hormônios, devem se submeter a uma dieta restrita e precisam chegar ao hospital acompanhados. O médico Marcelo Santos entende a reação: “  Eles gastam tempo, dinheiro, já estão emocionalmente abalados. Chegar aqui e receber a informação de que o tratamento terá de ser adiado acaba sendo desesperador,”afirma.

Conforme o o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani “o pagamento da parcela foi feito na semana passada, mas não houve tempo suficiente para atender à demanda desta semana”.

Ele afirma, conforme a reportagem, que a dívida do instituto teve como ponto de partida a redução nos repasses feitos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, mas em nota, o ministério teria garantido que o repasse está regular.

Diante da falta de definição sobre os recursos destinados ao instituto em 2015, a pasta repassou, segundo Bressiani, 1/18 avos do orçamento de 2014. “Com isso, as dívidas se acumularam.” Pelos cálculos de Bressiani, a dívida chega a R$ 20 milhões. Além da redução de recursos, o Ipen enfrenta o aumento no valor de material radioativo. “Usamos produtos importados,.” calcula Bressiani, segundo o qual os recursos são suficientes até setembro.

A.V.

 

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Jorge Roriz

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