Diariamente somos expostos a uma gama de substâncias estranhas presentes no ambiente nos alimentos e na natureza, que interagem de alguma forma com o organismo humano. Nos últimos 50 anos, com o advento da modernização da indústria de alimentos, uma série de compostos químicos diferente são utilizados na agricultura, pecuária e na tecnologia de produtos alimentícios, sempre com o objetivo de melhorar os resultados e/ou atender as demandas mercadológicas. Tais substancias estranhas ao organismo humano presentes nos alimentos – sejam pesticidas, conservantes, aromatizantes, flavorizantes etc., bem como aquelas não ligadas diretamente com a alimentação como, por exemplo, as pertencentes às indústrias de cosméticos e farmacêuticas, drogas, metais, são conhecidas como xenobióticos. Esse grupo de compostos por não pertencerem, mas interagem com o organismo humano, são metabolizados por meio de um processo conhecido como dieta detox. Também conhecido como “detoxicação” ou “desintoxicação”, o processo de destoxificação é um método natural que ocorre em todas as células organismo, e que tem a importante função de reduzir as propriedades tóxicas das substâncias que reagem com o corpo. Graças a essas reações conseguimos interagir com os compostos xenobióticos e impedir que eles não se acumulem no organismo e consequentemente causem prejuízos à saúde. Dentro de um contexto relativamente recente, as dietas de destoxificação ganharam visibilidade na mídia e nesse interim vieram a ser alvo de críticas entre especialistas e leigos. Mas será que essa “dieta” funciona? Inicialmente é necessário esclarecer que a destoxificação é um processo natural que o corpo realiza e que é diretamente dependente da quantidade de nutrientes que ingerimos. As reações envolvidas nas fases de desintoxicação são dependentes de nutrientes, como vitaminas, minerais, proteínas e substâncias naturais dos alimentos vegetais que devemos ingerir pela alimentação. O grande problema é que nosso estilo de vida contemporâneo, a rotina de alimentação cada vez mais industrializada e as escolhas alimentares por alimentos processados e pobres em nutrientes (ricos em açucares e conservantes) contribuem para que não façamos a ingestão necessária para favorecer nossa desintoxicação. E quais são as consequências desse padrão alimentar? O resultado dessa alimentação atual pode afetar a desintoxicação e favorecer o acúmulo de toxinas no corpo, afetando assim a saúde e o bem-estar físico e mental. Dessa forma, não se deve falar em “dieta de destoxificação” como mais um padrão da moda, mas sim numa estratégia nutricional utilizada para favorecer o processo natural que tem sido prejudicado por uma alimentação cada vez mais pobre em nutrientes e industrializada. É necessário destacar que a inclusão dos alimentos e nutrientes para favorecer a destoxificação deve ser orientada por um profissional da área de nutrição, que terá o cuidado de avaliar individualmente as necessidades de cada organismo com o objetivo de corrigir os reais desequilíbrios nutricionais e promover a saúde orgânica, evitando assim as dietas radicais e os modismos. O assunto foi tema do quadro "Comer e Ser", veiculado ás segundas-feiras pelo programa Saúde no Ar, com Transmissão pelas Rádios Excelsior AM 840 e Web Saúde no ar. Ouça o comentário do Nutricionista Bruno Assis:
Desde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA,desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Professora Ma.Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração da aluna bolsista do projeto Permanecer, Marianna Menezes Santos. Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas.
Foto: internet.
Fonte: Bruno Assis
Redação Saúde No A