Normalmente para a produção de medicamentos, a primeira etapa consiste em células cultivadas em placas ou fracos, conhecida como in vitro. Depois, começam os testes realizados em animais como camundongos, coelhos e cachorros, com a etapa chamada de in vivo. É somente depois de 10 a 15 anos, em média, que os testes são realizados em seres humanos.
Contudo, muitas vezes, os resultados em animais não refletem o mesmo em seres humanos – os medicamentos podem parecer seguros em animais, mas são prejudiciais ou ineficazes em pessoas.
Por outro lado, a tecnologia de órgãos em chips, formados por células vivas de órgãos e de vasos sanguíneos humanos, com tecidos naturais em miniatura, é capaz de imitar funções que mudam de uma espécie animal para a humana, permitindo resultados mais assertivos em pessoas e maior conhecimento sobre como doenças e medicamentos podem interagir individualmente.
Ainda assim, a mudança total nos testes em animais deve acontecer de forma gradual e completa ao longo dos próximos anos, já que algumas fases de medicamentos específicos ainda exigem essa etapa.
Responsável pela produção, a Wyss Institute da Universidade de Harvard, já criou 15 modelos microfisiológicos de órgãos humanos vivos (pulmão, fígado, intestino, rim, pele, medula óssea e sistema reprodutor com útero). O chip mostrou ainda ser possível ligar até dez órgãos diferentes em um único chip para entender como eles se relacionam.
Pesquisadores desse mesmo instituo também lançaram, em 2014, a Emulate, Inc., para desenvolver e comercializar a tecnologia no mercado. Agora, a empresa de biotecnologia conduz pesquisas sobre uma variedade de doenças humanas e os possíveis tratamentos, como gripe, desnutrição, Covid-19 e exposição à radiação.