Após a posse no Palácio do Planalto, nesta última quinta-feira (12), o novo ministro da saúde Ricardo Barros, disse que a área precisa de “orçamento e gestão”. “Financiamento e recursos, é isso que vamos buscar com essa nova articulação que faremos a pedido do presidente Michel Temer”, disse o deputado federal indicado pelo PP, partido que tem apoiado o PMDB e o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O paranaense, de 56 anos, é engenheiro civil de formação, com especialidade em políticas públicas. Barros foi o relator do Orçamento de 2016. Perguntado se defende a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para o financiamento da saúde, Barros afirmou que o novo ministro da fazenda, Henrique Meirelles, é quem responderá a essa questão. “A saúde precisa gastar melhor os recursos que tem e ampliar o seu financiamento. Isso acontecerá ao longo do tempo com os mecanismos que eu puder acordar com a área econômica.”
Microcefalia
Sobre o elevado número de casos de microcefalia, o ministro disse que é um problema grave que também terá prioridade. “Eu, como relator do Orçamento, destinei um fundo de R$ 500 milhões para a microcefalia que está sendo aplicado em pesquisa. Esperamos que possamos rapidamente eliminar o mosquito [Aedes aegypti]. A população brasileira precisa nos ajudar, especialmente os prefeitos, aplicando multas severas àqueles cidadãos que mantêm focos do mosquito da dengue em suas propriedades”, afirmou Barros.
Sobre o ministro
Ricardo José Magalhães Barros nasceu em Maringá em 1959 e se formou em engenharia civil pela Universidade Estadual de Maringá. Filho de político – o ex-prefeito da cidade Silvio Magalhães Barros –, entrou na política cedo, tornando-se o mais jovem prefeito da sua cidade natal, aos 29 anos. Foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1994, voltando a se eleger em 1998, em 2002, em 2006 e em 2014. É filiado ao PP desde 2003, mas já foi do PPB e do PFL (atual Democratas).
Irregularidades no governo do Paraná
Em 2011, Barros se licenciou do seu mandato de deputado federal para assumir o cargo de secretário da Indústria e Comércio do Paraná. Após denúncias de irregularidades na sua gestão, porém, pediu licença do governo do estado.
Na época, em 2012, gravações feitas pelo Ministério Público mostraram Barros sugerindo ao então secretário municipal de Saneamento de Maringá Leopoldo Fiewski que arranjasse um encontro para realização de acordo entre as duas empresas que participavam de um processo de licitação para publicidade da cidade. O contrato era de R$ 7,5 milhões.
Barros se defendeu dizendo que atuou como coordenador político e não como secretário de Estado. Ele argumentou também que não pediu para que houvesse favorecimento de uma empresa e que tinha a preocupação que a Promotoria derrubasse a licitação, ficando apenas um concorrente. Quatro dias após a divulgação das gravações, porém, ele anunciou que deixava seu cargo para trabalhar na campanha de Roberto Pupin, também do PP, à Prefeitura de Maringá.
Orçamento de 2016
De volta à Câmara dos Deputados, Barros foi o relator do Orçamento de 2016. Em meio à crise econômica, ele anunciou em dezembro de 2015 que ia propor um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família como medida para cumprir a meta do governo de superávit de 0,7% do PIB de 2016.
O relatório final do orçamento, porém, foi aprovado sem esse corte, já que o governo foi contra. Em fevereiro deste ano, o governo federal autorizou um bloqueio de gastos de R$ 23,4 bilhões nas contas de 2016, sendo que os ministérios de Minas e Energia, Saúde e Educação foram os que tiveram os maiores bloqueios.
Fonte: Agencia Brasil
Redação Saúde no Ar*
João Neto