OPAS/OMS quer agenda de saúde da mulher pós-2015

A Revista Pan-Americana de Saúde Pública da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), publicou em seu último número artigos de pesquisa que destacam os múltiplos problemas de saúde enfrentados pelas mulheres nas Américas, notadamente aquelas que possuem menos recursos, de populações indígenas e rurais, bem como as brechas que persistem nos sistemas de saúde em responder estes problemas.

No editorial da publicação, a diretora da OPAS/OMS, Carissa F. Etienne afirmou que “nas últimas décadas, as mulheres na Região das Américas e em todo o mundo têm registrado avanços em muitas esferas, e na saúde não é uma exceção”.

Entre os avanços, ela mencionou a redução do número de mortes evitáveis e o aumento da expectativa de vida nas mulheres, o incremento do acesso a contraceptivos, melhor controle da fecundidade, melhor cuidado pré-natal e uma detecção mais precoce do câncer de mama e o câncer cervicouterino. No entanto, destacou que os avanços não têm sido semelhantes em muitos temas que afetam a saúde da mulher.

Carissa solicitou aos países da Região a elaboração de uma nova agenda de saúde da mulher pós 2015 com o objetivo de alcançar uma atenção integral adequada nos problemas de saúde que mais afetam as mulheres. Ela acredita que uma genda priorizada permite determinar os problemas, avaliar sua magnitude real e definir estratégias de pesquisa e de atenção à saúde para solucioná-los. Porém, acrescentou, que “será necessário um amplo debate intersetorial e interdisciplinar entre os países, os interessados diretos e a sociedade civil”.

Para Suzanne Serruya, diretora do Centro Latino-Americano de Perinatol (CLAP) da OPAS/OMS as mulheres da região estão enfrentando desafios antigos – como a mortalidade materna e a violência–bem como novos desafios, como o aumento de doenças não transmissível, por exemplo, o câncer. “Uma nova agenda permitirá reordenar e priorizar os problemas que afetam diretamente à saúde da mulher, fortalecendo a convergência de ações e estratégias na resolução dos mesmos”.

Suzanne afirma que o ano de 2015 marca três ações relevantes na esfera global: o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e da redação final das Metas de Desenvolvimento Sustentável”, disse Serruya. “Por essa razão, este ano é um momento decisivo para redefinir a agenda de saúde da mulher como um elemento essencial dos seres humanos direitos”.

A.V.

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