O ritual de mutilação genital feminina (MGF) – ablação parcial ou total dos órgãos genitais externos de uma mulher – é praticada há várias gerações na Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, e para muitas famílias é um ritual obrigatório. Crenças ancestrais, como a de que as meninas não circuncisadas podem sofrer com problemas mentais e de que essa prática evita que as jovens levem uma vida devassa é a maior dificuldade enfrentada pelo governo indonésio, que já tentou proibi-la, mas enfrenta a forte resistência das autoridades religiosas deste arquipélago do sudeste asiático.
Nos últimos anos, algumas organizações muçulmanas estão contra a prática, como a Muhamadiayh, mas a maior organização muçulmana do país, Nahdlatul Ulama, e o Conselho dos Ulemás, a mais alta instância religiosa, continuam sendo a favor.
As Nações Unidas já adotaram duas resoluções contra o ritual de MGF, que pode provocar problemas como a infertilidade e um maior risco de complicações no momento do parto, porém, segundo especialistas no assunto, é pouco provável que a Indonésia ponha fim à mutilação genital feminina.