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ONU: 2021 pode ser ano do “tudo ou nada” para salvar planeta de crise ambiental

Secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que “Acho que 2021 é um ano do tudo ou nada”, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18).

Durante lançamento de relatório Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) Guterres foi perguntado se ainda há tempo para salvar o planeta e a humanidade; no momento em que o mundo vive três crises ambientais simultâneas – a climática, a de biodiversidade e a de poluição.

De acordo com ele, “Não é tarde demais, mas temos de ter certeza de que somos capazes de não apenas criar as condições para uma redução drástica de emissões nesta década; tornando possível conter o aumento da temperatura em 1.5 graus; este é o ano em que temos de ter um novo marco para preservar a biodiversidade, este é o ano em que temos de tomar um número importante de medidas para reduzir a poluição”.

“Consideramos que há crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] quando pescamos de maneira predatória. Destruímos a natureza, mas contamos como aumento de riqueza. Consideramos crescimento do PIB quando cortamos florestas. Destruímos a natureza e o bem-estar, mas consideramos crescimento econômico. E muitas outras atividades que colocam em risco o nosso futuro são ainda consideradas como parte do crescimento global”, acrescentou.

Além disso, o relatório sugere que o planeta está no caminho de ter um aumento de temperatura de 3,5 °C; muito superior ao estabelecido no Acordo de Paris. Bem como que 9 milhões de pessoas morrem ao ano por problemas causados pela poluição e que 1 milhão das 8 milhões de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção. Além disso, 400 milhões de toneladas de metais pesados e produtos químicos estão sendo lançados nas águas do mundo a cada ano.

Dessa forma, segundo o relatório, nos últimos 50 anos, a economia global cresceu cinco vezes, boa parte disso às custas da extração de recursos naturais que triplicou. A população global duplicou, chegando a 7, 8 bilhões de pessoas, mas a pobreza também dobrou. Hoje, há 1,3 bilhão de pobres e 700 milhões que passam fome.

O estudo considera avaliações globais feitas pelos cientistas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática das Nações Unidas e o seu correspondente para biodiversidade, a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ipbes) além do Global Environnment Outlook do Pnuma e descobertas sobre o surgimento de doenças zoonóticas como a covid-19.

“Nem tudo está perdido”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. “Não há um ‘backup’ para a emergência climática. Se 2020 foi um ano desastroso, podemos fazer de 2021 o ano em que fizemos as pazes com a natureza”.

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