OMS e Unicef revelam desassistência a quase 1 bilhão de pessoas com deficiência

Novo relatório publicado nesta segunda-feira (16) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e UNICEF revela que mais de 2,5 bilhões de pessoas precisam de um ou mais produtos assistivos; como cadeiras de rodas, aparelhos auditivos ou aplicativos que apoiem a comunicação e a cognição. Contudo, quase um bilhão delas não têm acesso a essas tecnologias; principalmente em países de baixa e média renda, onde o acesso é muito baixo; onde alcança apenas 3% das pessoas que precisam desses produtos para viver.

De acordo com o The Global Report on Assistive Technology apresenta evidências pela primeira vez a respeito da necessidade global e o acesso a produtos assistivos e proporciona uma série de recomendações para expandir a disponibilidade e o acesso; bem como aumentar a conscientização dessa necessidade e implementar políticas de inclusão para melhorar a vida de milhões de pessoas.

“A tecnologia assistiva é uma mudança de vida – abre as portas para a educação de crianças com deficiência; emprego e interação social para adultos que vivem com deficiência e uma vida independente e digna para os idosos”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Negar às pessoas o acesso a essas ferramentas que mudam vidas não é apenas uma violação dos direitos humanos, também demonstra pouca visão do ponto de vista econômico. Pedimos a todos os países que financiem e priorizem o acesso à tecnologia assistiva e deem a todos a chance de viver de acordo com seu potencial”.

Além disso, o relatório observa que o número de pessoas que precisam de um ou mais produtos assistivos provavelmente aumentará para 3,5 bilhões até 2050; devido ao envelhecimento da população e ao aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em todo o mundo. O documento ainda, destaca a grande lacuna no acesso entre países de baixa e alta renda. Uma análise de 35 países revela que o acesso varia de 3% nos países mais pobres a 90% nos países ricos.]

Assim, segundo o documento, o impacto positivo dos produtos assistivos vai além da melhoria da saúde, bem-estar; bem como participação social e inclusão de usuários individuais – famílias e sociedade também se beneficiam. Ampliar o acesso a produtos assistivos de qualidade, seguros e acessíveis.

Dessa forma, o relatório recomenda ações concretas para melhorar o acesso, incluindo:

  1. Melhorar o acesso nos sistemas de educação, saúde e assistência social;
  2. Garantir a disponibilidade, segurança, eficácia e acessibilidade dos produtos assistivos;
  3. Ampliar, diversificar e melhorar a capacidade da força de trabalho;
  4. Envolver ativamente os usuários de tecnologia assistiva e suas famílias;
  5. Aumentar a conscientização pública e combater o estigma;
  6. Investir em dados e políticas baseadas em evidências;
  7. Investir em pesquisa, inovação e um ecossistema facilitador;
  8. Desenvolver e investir em ambientes favoráveis;
  9. Incluir tecnologia assistiva nas respostas humanitárias;
  10. Fornecer assistência técnica e econômica por meio da cooperação internacional para apoiar os esforços nacionais.

 

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