Omitir diagnóstico positivo para Covid-19 coloca em risco a vida de várias pessoas

Em meio à pandemia do novo coronavírus, eles são vistos como verdadeiros heróis. Pessoas que arriscam a vida para garantir o atendimento aos pacientes, vítimas da Covid-19 e de várias outras doenças. Mesmo para os profissionais de saúde, a rotina de pandemia traz riscos. Além da insegurança quanto à possibilidade de contraírem a doença durante o atendimento a pacientes contaminados, mesmo usando os equipamentos de proteção Individual (EPIs) e seguindo todas as recomendações, os profissionais têm que se preocupar também com a possibilidade de algumas pessoas que omitem estarem positivas para o novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, os hospitais destinaram áreas separadas para o atendimento aos suspeitos da doença. “Quando o paciente chega a unidade de saúde é perguntado, tanto para ele quanto para o acompanhante, se apresentam sintomas respiratórios ou se tiveram contato com suspeitos ou positivados para a Covid-19”, explica Cristiane Fernandes, médica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFU/Ebserh). Segundo ela, esta informação é importante para direcionar o fluxo de atendimento do paciente, garantindo a segurança da equipe e de outros pacientes.

Recentemente, o HC-UFU/Ebserh recebeu dois pacientes que estavam positivos para a Covid-19 e eles não informaram as equipes no momento da admissão. Os pacientes foram testados novamente e um deles estava fora do período de transmissibilidade do vírus. Porém, o outro ainda estava na fase de transmissão. “Tivemos que testar mais de 50 profissionais que mantiveram contato direto com ele. Felizmente, ninguém se contaminou” ressalta.

A infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH-HC-UFU), Astrídia Fontes, explica que atitudes como esta podem disseminar o vírus para uma quantidade muito grande de pessoas. “Uma das características desse novo coronavírus é a alta infectividade. Estudos recentes indicam que o grau de contágio é muito maior do que se imaginava: uma única pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras cinco ou seis pessoas”, alerta Fontes.

 

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