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Ômicron tem atingido jovens principalmente na África do sul

A diretora- geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), a brasileir, Mariângela Simão, em entrevista a CNN afirmou que apesar da “percepção pública de que ela [Ômicron] seja menos severa com casos mais leves, não se pode dizer isso com certeza” mesmo com os resultados dos primeiros estudos da cepa, já que eles comportam análises ainda preliminares de como a mutação deve se comportar.

Segundo ela, não existem dados suficientes para indicar que a dose de reforço seja prioritária naqueles que já completaram o esquema vacinal – com exceção dos grupos de risco.

“Nesse conjunto de pessoas que não estão vacinadas, você cria situações que podem gerar novas variantes”, afirma. Caso não se priorize a imunização de quem ainda não tomou nenhuma dose, já chances de “conviver com esse vírus nessa forma mútua por muito tempo”, alertou.

“Uma das questões é que a Covax está recebendo muitas doações com prazos de validade curtos. Ninguém quer que vacinas vençam, mas elas vencem em países ricos e em desenvolvimento”, afirmou.

“Há muitos países que dependem apenas das vacinas que chegam por esse mecanismo, e é extremamente importante que haja maior compromisso dos produtores para a entrega dos contratos no prazo certo e que as doações venham com maior previsibilidade, sem essa questão de receber doses perto de vencer”, declarou.

Segundo ela ao menos 41 países têm apenas 10% da cobertura vacinal completa, e 91 países registram menos de 40% de vacinados. Muitos deles dependem da iniciativa Covax Facility, que destina doses doadas e contratadas com as farmacêuticas.

Mariângela Simão destacou a prevalência de infecções de jovens na África do Sul, onde a variante Delta não dominou como ocorrido em outros países, e o avanço da cepa no Reino Unido, onde a Ômicron deve se tornar a variante dominante até o fim de 2021.

“As vacinas não previnem a transmissão, previnem o desenvolvimento para doença grave e morte. Pode ser que [a infecção pela Ômicron] seja mais leve, mas pode ser que não seja. A principal questão é que a nova variante vem para dizer que não acabou nada ainda”, disse Mariângela Simão.

 

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