A ocorrência do acidente vascular cerebral (AVC) – ou derrame – entre a população mais jovem está preocupando os médicos. A doença, que é mais comum na faixa etária entre 60 a 80 anos, está geralmente relacionada às alterações metabólicas típicas da idade e ao maior grau de alterações cardiovasculares. O aumento de casos em jovens é atribuído ao estilo de vida adotado como maus hábitos alimentares, drogas e anabolizantes.
Segundo o médico, Antônio Andrade, presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia Instituto do Cérebro, em matéria publicada no Diário da Saúde, os fatores tradicionalmente considerados de risco para a ocorrência do AVC são obesidade, hipertensão arterial, fumo, consumo de álcool, diabetes e sedentarismo.
Os jovens possuem determinantes diferentes e uma maior diversidade de etiologias para a doença, como os anabolizantes e o consumo de drogas ilícitas, havendo ainda outros fatores que se constituem como agentes causadores de AVC específicos desse público: noites mal dormidas, estresse emocional, uso de anticoncepcionais, fatores genéticos, doenças infecciosas – ou seja, cardiopatias -, e problemas ligados a doenças valvulares. Mistura de energéticos com álcool pode causar derrame e até a morte.
Apesar de terem diferentes causas, os sintomas do AVC nos jovens não diferem muito dos de outras faixas etárias. Os mais frequentes ainda são a diminuição ou perda súbita dos movimentos faciais, braço ou perna de um lado do corpo; alteração da sensibilidade, com sensação de formigamento; alteração aguda da audição, fala, incluindo dificuldade para articular; forte dor de cabeça, além de eventuais desmaios.
Da mesma forma, o tratamento em jovens com AVC também não diferem muito do tradicionalmente usado com os pacientes mais idosos. Porém, a juventude pesa como fator principal na recuperação do paciente. “Quando se tem um derrame no cérebro jovem, o melhor remédio para o tratamento é a juventude. Você acaba tendo uma recuperação mais rápida”, afirma o doutor Antônio.
O médico acrescenta que, nos pacientes jovens, é necessário um “tratamento multidisciplinar, com fisioterapia e acompanhamento psicológico, pois o jovem que sofre de AVC costuma desenvolver depressão muito facilmente.”
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